quinta-feira, 11 de abril de 2024

SEPULTURA - "Beneath the Remains" faz 35 anos



Álbum lançado em 7 de abril de 1989, colocou o Sepultura no panteão do metal mundial.

Álbum seminal para o novo thrash metal mundial de então, ainda sem o groove/neo metal, “Beneath the Remains”, o quarto trabalho do Sepultura (incluindo o split “Bestial Devastation”/”Século XX” dividido com o Overdose), foi lançado em 7 de abril de 1989.

Já seguindo a pegada do anterior, “Schizophrenia” (1987), a banda vai se distanciando do seu primitivo death/black e caminhando para o moderno thrash metal. Os temas líricos são mais “reais” e têm uma veia hardcore bastante explorada.

Marcas de “Beneath the Remains”

Sepultura. A formação clássica

Andreas Kisser, guitarrista entrado na banda no álbum anterior, impõe seu estilo mais trabalhado e técnico, casando com o feeling primitivo dos riffs de Max na guitarra.  Max também encontra aqui seu ápice vocal, estrondoso e límpido ao mesmo tempo.

A bateria de Igor consegue ter cara própria, e os beats e bumbos são facilmente reconheciveis depois desse trabalho. Acompanhando o caçula dos Cavalera, o baixo de Paulo Jr. segue eficiente e bem marcado (tá, não foi ele quem gravou, mas é quem martela os graves ao vivo ininterruptamente nessas quatro décadas de banda, então…).

Para as massas

“Beneath the Remains” foi a cara do Brasil que o Sepultura deu ao mundo. Um país violento e brutal como a música saída dos sulcos do vinil, muito parecido com o que o Ratos de Porão (banda colega na gravadora Roadrunner) havia feito em “Brasil”, também de 1989.

A produção esmerada de Scott Burns, sobre os registros feitos no famoso estúdio Nas Nuvens, era o que se pedia na época. Burns era o preferido das bandas de death metal do naipe de Deicide, Morbid Angel, Death e Napalm Death, fazendo sua incursão no estilo. Outra banda que passou pelas mãos de Burns foi o Atheist, que executava um pré-prog death jazzista. Kelly Schaefer, vocalista do Atheist assina “Stronger Than Hate”, uma das faixas mais elaboradas de “Beneath …”.

A partir de “Beneath the Remains” e da tour que seguiu seu lançamento, o Sepultura ganhou seu lugar no panteão do metal mundial.

Curiosidades

– A icônica capa do álbum tem o título de “Nightmare in Red” e é assinada por Michael Whelan, que também assinou “Arise”, “Chaos A.D” e “Roots”.

“Nightmare in Red” quase foi capa de “Cause of Death” do Obituary

 

Mas a arte quase foi parar na capa de “Cause of Death” do Obituary, já que Max preferia a ilustração que hoje é a capa do “Cause of Death”. Após relutar, Max aceitou a sugestão e “Nightmare in Red” entrou para a história.

– A intro da faixa título foi executada pelo tecladista do Skank, Henrique Portugal.

– “Inner Self” pode ser considerado o primeiro hit mundial do metal brasileiro. No Brasil, o Sepultura já havia emplacado (para os padrões do underground nacional) “Troops of Doom”, que está entre os medalhões “Guerrilha” da Dorsal Atlântica, “Nightmare” do Sarcófago e “Living for The Night” do Viper.

Clique aqui e ouça “Beneath the Remains” no talo!

*por Artur Mamede 



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