Em 1989 o mundo descobria o death metal. O estilo saia das demo tapes para álbuns oficiais e gravadoras, estúdios e produtores viraram grife. O metal da morte deixava de ser exclusividade do underground.
Mas algo muito barulhento vinha sendo tramado na surdina. E em 29 de maio de 1989, vinha à luz, de forma oficial, o monstruoso "Horrified", o único álbum do Repulsion (EUA), que geraria a cria bastarda de uma relação promíscua entre o death metal e o hardcore mais cru, chamada de grindcore.
Leia também: Sorrow Blue encerra gravações do primeiro álbum
Primeiro, SIM
Tu pode até questionar e alegar que a paternidade do grindcore cabe ao Napalm Death, que em 1989 já havia lançado "Scum" e "From Enslavement to Obliteration" (1987 e 1988, respectivamente), mas lembre, 1989 é o ano de lançamento oficial de "Horrified", porém o trampo já corria o mundo na rede mundial de troca de fitas desde 1986, como a demo "Slaughter of the Innocent". E quando todos saudavam o novo estilo, o Repulsion já até havia encerrado as atividades.
"Horrified" não é a pedra filosofal da música extrema, no Brasil já havia o Brigada do Ódio e Atack Epiléptico, mas é a gema que condensa quase todos os atributos para o grindcore como hoje o sabemos.
Aqui está Horrified
Riffs ultra velozes, baixo e bateria a milhão, solos sugados do death metal primitivo e vocais desesperados, aínda que mais hardcore que o habitual. A produção é bem boa, o que mostra que a sujeira não é gratuita, ainda assim "Horrified" não tem pretensão de salvar ou converter. Chega, destrói e vai embora em meia hora. É grindcore pra caralho!
Apenas ouça "Horrified".
*por Artur Mamede
Sem comentários:
Enviar um comentário