Dois singles lançados num curto espaço de tempo -"Céu Azul" e "Jô Bebe Jack", marcam a urgência do retorno da Kães Vadius, a pioneira do psychobilly no Brasil que estava parada já a alguns anos. E toda essa movimentação é uma prévia para "A Porta do Diabo", o novo disco a ser lançado em vinil 10 polegadas. Eita, caralho!
A urgência que falei acima é minha, fã desde a longínqua adolescência com audições da mítica coletânea "Devil Party" (Devil Discos, 1989), mas sei que também vale para a banda, que formada em 1985 já atingiu o status de "clássica".
Brincadeiras (de fã) a parte, é bom ter a Kães Vadius de volta e com novas músicas. Lembrando também que, além dos singles, a banda disponibilizou recentemente no Spotify o álbum"Festa do Horror", lançado originalmente em 1994, e a coletânea "Retalhos Sonoros".
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Céu Azul com Jack
Os singles trazem aquela linha cinquentista e levadas punk dos 80, que são mais aproveitadas com a tecnologia atual. A produção caprichada, até na simplicidade das capas, consegue encapsular bem a veia humorística e a obsessão da Kães Vadius em diagnosticar transtornos mentais e uso de estupefaciantes.
Ouça "Céu Azul" clicando AQUI.
Lançado em 29 de junho, "Céu Azul" é um rockão estridente. Guitarras estalando em acordes abertos, baixo e bateria fazendo o beat perfeito. Os vocais, num tom maneiro, dão clareza a letra (muito boa). E tem aquele coralzinho e tem aquele vibrato e tem aquela vontade de chacoalhar os ossos.
Aqui está "Jô Bebe Jack". Acesse e ouça.
"Jô Bebe Jack", disparada no último dia 5, segue uma linha mais country bluesy. Rápida e bêbada, te chapa mas também te deixa esperto para desviar das garrafas voando pelo velho inferninho esfumaçado. Outra pérola com selo Kães Vadius de qualidade.
*por Artur Mamede
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