segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Velho - "Vingando as Bruxas" tem capa e temática reveladas


A banda carioca de black metal Velho há alguns dias vem revelando detalhes de "Vingando as Bruxas" o novo álbum a ser lançado em breve pelos selos Red N' Black Terror Records e Mutilation Records Productions.

Sucessor de "O Retorno da Mesma Lua", de 2019, "Vingando as Bruxas" sairá em LP 12", 180g, capa gatefold e encarte, pela Red N' Black Terror e CD e K7 pela Mutilation Records, que já tem camisetas com a capa do álbum.


Capa de "Vingando as Bruxas" por Thiago Caronte

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Forjado para ser executado ao vivo


A capa de "Vingando as Bruxas" já circula nas redes sociais há uns dias, mas alguns detalhes importantes foram divulgados em uma entrevista do canal Na Lâmina da Foice (https://youtube.com/@canalnalaminadafoice?si=fCIYbgGIefz5t9vX) com o ilustrador e guitarra/vocal da Velho, Thiago Caronte.

Na entrevista, Caronte fala, entre outros assuntos, da capa do álbum, que tem referências a vários trabalhos do Velho. De acordo com o músico a capa segue a proposta registrada em outros registros, "mostrando as bruxas do 'Senhor de Tudo" (EP, 2003) levando o idoso de 'Vida Longa ao Primitivo" (EP, 2009)".

Caronte também fala a Reinaldo Steel, apresentador do Na Lâmina da Foice, sobre a mudança de sonoridade entre o álbum de 2019 e "Vingando as Bruxas", um trabalho forjado para ser executado ao vivo.

"O novo disco merece ser todo tocado ao vivo, pelo que eu sinto". Segundo Caronte, isso vai mudar a dinâmica dos sets do Velho. "A gente vai deixar de tocar as mesmas músicas de sempre",disse o músico se referindo a complexidade dos trabalhos anteriores que eram de difícil execução ao vivo e ainda assim estavam nos shows.


A temática do novo disco 


Sobre o longo tempo entre os dois álbuns, Caronte explica que isso até melhorou o ato de compor as oito faixas de "Vingando as Bruxas", que começou a ser pensado ainda na pandemia. Pesa também o fato de que, por não estarem sob o jugo de uma gravadora, não terem as obrigações contratuais de bandas grandes.

"Bem que tentamos nos reunir durante a pandemia para fazê-lo, mas não saía nada e a gente também não forçou a barra. Sem prazos a cumprir, o disco acabou saindo por inspiração verdadeira", afirmou Caronte.


Reinaldo Steel (canal Na Lâmina da Foice) e Thiago Caronte 


O músico ainda falou sobre o título e sobre as inspirações para o álbum. "O tema aborda uma vingança ancestral. É um disco de luta, diferente dos outros que trazem uma carga mais niilista, de decadência e tristeza, esse é um disco de chamas altas, que vem com a intenção de usar o ódio, usar algumas energias que estavam em mim acumuladas e que não estava sabendo conduzi-las muito bem", comentou.

"Eu acho que consegui, enfim, me expressar num disco que é bem odioso mesmo. É um disco que se posiciona diretamente contra algumas instruções e declara uma guerra", diz Caronte em um trecho da entrevista.

Aqui está o episódio completo do Na Lâmina da Foice com a participação de Thiago Caronte. A entrevista começa aos 53'49". Uma faixa inédita,"Retornando Ao Caos Primevo",ainda foi mostrada na live. Acesse 

*por Artur Mamede 


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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Pense divulga capa de “Tudo Que Temos de Lembrar”

Os mineiros da Pense divulgaram nesta sexta-feira (29) a arte da capa de “Tudo Que Temos de Lembrar”, o quarto álbum de estúdio da banda de hardcore formada no ano de 2017 em Belo Horizonte. O álbum estará disponível em todas as plataformas de streaming a partir de 23 de outubro.

"Tudo Que Temos de Lembrar " é o sucessor de "Realidade, Vida e Fé " de 2018. No texto que acompanha a divulgação da arte, a banda afirma que o álbum é "um marco em nossa trajetória; é o fruto da nossa resistência, do nosso amor à arte e à música — é nossa voz sendo mantida e ouvida."


Capa de "Tudo Que Temos de Lembrar " por Raphael Gonçalves 

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Nova logo 


"A arte que escolhemos pra representar e carregar todo sentimento que esse disco tem foi pensada e elaborada em cada detalhe pelo Raphael (guitarrista da Pense), que se entregou totalmente nesse trabalho", disse a banda.

A Pense também colocou na capa a nova logo, assinada pelo ilustrador Victor DEAF Lopes. Segundo a banda, DEAF "soube expressar exatamente o que a gente queria, e encaixou perfeitamente pra transmitir o que Pense precisa nessa nova fase"

*por Artur Mamede 


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Jacau lança documentário e clipe


Dois recentes lançamentos no campo do audiovisual reforçam a musculatura da Jacau como uma das bandas mais atuantes do Nordeste do país e do país. A primeira carga desse lote veio em fins de agosto com o clipe de "Hospital Colônia", que em alguns dias foi seguido pelo documentário "Jacau, gritos do interior - 10 anos de rock!", disponibilizado no dia 12 de setembro.


As duas obras mostram a força insurgente da Jacau expressa nas suas letras afiadas e no som que incorpora elementos de punk, hardcore, thrash metal e grindcore, sempre tocados no limite do ódio.


No documentário, Jone (guitarra/vocal), Mike (baixo), mais Ary e Tinho (bateria) passam a limpo os 10 anos da Jacau, desde sua fundação em Itabuna (BA), lembrada pela banda como "cidade lembrada", palco de desmandos da agroindústria, atividade que movimenta riqueza para poucos e traz desigualdade para muitos da região.



Frame de "Terra do Ódio" (2021), ainda com Índio 



Veja "Jacau, gritos do interior - 10 anos de rock!" clicando AQUI.

Autogestão e FVM


Em 1'47" a Jacau mostra sua gênese, incluindo o batismo da banda, a formação, a saída do vocalista Índio e todos os álbuns (e clipes e lyric vídeos lançados). A autogestão e o FVM são bandeiras levantadas no doc e facilmente vistas em todos os lançamentos da Jacau e no seu discurso independente que também lembra do apoio dos fãs, distros e veículos de comunicação na difusão do livre pensar.

Hospital Colônia 


Relembrando um dos piores capítulos da história recente do Brasil, a Jacau, em "Hospital Colônia" traz um retrato do hediondo manicômio que funcionou por décadas em Barbacena (MG), uma das manchas históricas brasileiras, hoje comparada aos campos de concentração do regime hitlerista na Segunda Grande Guerra.

Assim como o doc, "Hospital Colônia" tem uma produção simples, mas reforçada com a carga lírica que ainda conta com o apoio de uma interpretação em Libras. A obra audiovisual pontua positivamente para a videoteca da Jacau e do underground brasileiro.


Frame de "Hospital Colônia"


Aqui está "Hospital Colônia". Acesse e ouça ALTO!


Lei Paulo Gustavo 


"Jacau, gritos do interior - 10 anos de rock!" e "Hospital Colônia" foram contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

*por Artur Mamede 


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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Dannah Project - "All empires must fall' está lançado

"All empires must fall" lançado no último dia 10 é o oitavo álbum do Dannah Project, a multifacetada entidade sonora incorporada no músico mineiro Daniel DiMelo, que além de executar todos os instrumentos, também compôs e produziu o álbum.


As 10 faixas instrumentais de"All empires must fall" flutuam entre diversas vertentes do rock, do hard rock ao thrash metal, flertando com jazz fusion e música étnica (ou world music). 

Os riffs e solos de Daniel, apesar de virtuosos, são executados de forma não didática e pedante, tornando a audição agradável, sem o peso do selo "só para iniciados".

Aqui está "All empires must fall". Acesse e ouça ALTO!

Leia também: Drowned - "Positivo Inoperante" escancara violência policial


Derrubando impérios 


O fato de Daniel impor um conceito a "All empires must fall" também não dificulta a apreciação. O músico vem com a intenção de tirar essa aura sacrossanta e intocável que foi imposta aos termos "conceitual" e "música instrumental", ranços do cabecismo progressivo.


Capa de "All empires must fall' por Diavolo


Sobre o conceito do álbum, o próprio criador/executor explica. "'All empires must fall' foi composto para expressar através do som, em momentos agressivos e em outros momentos melancólicos, o desejo de ver todos os impérios que testemunhamos em nossas vidas caírem. Esses impérios se conectam com o sistema que nos consome e nos deixa doentes. Esses impérios podem ser sistemas econômicos e políticos, religiões e também, em todos os contextos sociais, o ego".

"All empires must fall' foi gravado no Ilha do Fuzz Estúdio em Belo Horizonte (MG) e Studio Casa 1098 em Esmeraldas (MG). Para as sessões de mix e master o Dannah Project usou novamente o Ilha do Fuzz. Do álbum também se destaca a sombria, e colada ao conceito, arte de capa assinada por Diavolo 


Track list 


01. Invocation - Part I

02. Mahakali 

03. All empires must fall' 

04. Ritual 

05. Oceans

06. Invocation - Part II

07. Ashes and Dust

08. Blood Moon 

09. Witches

10. Autunm Mists

*por Artur Mamede 



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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Drowned - "Positivo Inoperante" escancara violência policial

Tratando do uso do sistema policial para reprimir e violentar a população mais pobre, "Positivo Inoperante", o novo single do Drowned, lançado nesta sexta-feira (6), é o mais direto da série iniciada em janeiro de uma faixa inédita por mês.


"Positivo Inoperante" é direto em sua letra, em sua arte de capa e até mesmo na duração da faixa (1'51"). O vídeo oficial, em versão animada pela Bonegringer Productions, até suavizaria o tema se não fosse a estridência e violência da música e letra.

Aqui está "Positivo Inoperante". Acesse e ouça ALTO!


Capa do single "Positivo Inoperante "

"A capa retrata simbolicamente as inúmeras vezes em que a bota aperta um pescoço nesse País", diz o Drowned em texto publicado nas redes sociais para a divulgação do single.

Leia também: Burying Existence lança "Tragic Impetus"


Impossível passar pano


Mesmo lembrando que a maioria dos servidores do aparato policial militar seja de profissionais sérios, o Drowned vai aos primórdios da criação da instituição, no Brasil colonial, quando esta era incumbida também da caça aos escravizados fugidos e a herança que este "serviço" deixou 

"Uma vista diária no noticiário teremos várias amostras de abuso de autoridade e violência policial. E como a Polícia trata diferente ricos e pobres, brancos e negros, mulheres, indígenas, etc. O aparato estatal, pouco importa de que lado da história você está, protegerá sempre uns em detrimento de outros. A polícia (em sentido mais amplo) será o braço dessa ação, vulnerando a dignidade dos indivíduos muitas vezes. No Brasil tais traços são muito evidentes", escreveu a banda.


Singles e novo álbum 


O Brasil é o tema do novo álbum (ainda sem data de lançamento ou arte da capa divulgadas), como pode ser visto nos nove singles já lançados, já incluindo aí "Positivo Inoperante".

A série de um single por mês, iniciada em janeiro, aborda a hipocrisia da elite (e de quem acha que. Faz parte desta) e o recrudescimento do reacionarismo, facilmente reconhecidos nos títulos "Desgraça Urgente", "Ao Pó Voltarás", "Que a Forca Esteja com Você", "Misoginia em Cristo ", "Expresso 1888", "Ecocídio Napalm", "Deus me Livre de Deus", "A Bancada do Pistoleiro" e "Positivo Inoperante".


Frame de"Positivo Inoperante "


E o Drowned (Fernando Lima - vocal, Marcos Amorim e Rafael Porto - guitarras/backing vocals, Rodrigo Nunes - baixo e Beto Loureiro - bateria) prometem dar continuidade a estratégia de guerrilha sonora marcando 04 de outubro como data para o próximo single.

*por Artur Mamede 


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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Burying Existence lança "Tragic Impetus"


Lançado na quarta-feira (4), "Tragic Impetus" é o primeiro lyric vídeo da Burying Existence, furiosa banda amazonense de blackened death metal. A obra audiovisual é assinada por Marcelo Silva, ilustrador recifense que tem mais de 555 vídeos no currículo, incluindo um com a amazonense Caos Devasta.


"Tragic Impetus" é uma das cinco brutais faixas do EP "Humanity's Legacy", o primeiro registro oficial da Burying Existence. O clipe faz parte do monumental esforço da banda em cravar sua marca iniciado com a arte da capa do EP assinada por Fernando Lima, artista visual e vocalista do Drowned.

"Tem sido um grande desafio trabalhar neste projeto, especialmente ao conciliar nossas vidas pessoais com a dedicação necessária para fazer a banda acontecer. Mas a cada lançamento, a cada riff criado, sentimos que damos um passo gigantesco — como uma nova vitória a cada vez", disse César Zystus, fundador e guitarrista/vocalista da Burying Existence.

Assista "Tragic Impetus" clicando AQUI.


Capa de "Tragic Impetus" por Marcelo Silva 


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Buscando a identidade musical 



César Zystus explanou ainda sobre a busca de uma identidade musical e lírica, partindo do fazer música, sendo o clipe um dos degraus.

"'Tragic Impetus' representa muito para nossa música, especialmente do ponto de vista sonoro. Ao longo do processo de criação, estamos nos encontrando e descobrindo a identidade musical que queremos construir e transmitir. Esta faixa capta exatamente a essência do que buscamos — reunindo brutalidade, sujeira, riffs limpos, velocidade, melodia e sombriedade que queremos alcançar em nossas composições", disse Zystus.

"Estamos apenas no começo deste projeto, e prometemos continuar evoluindo e aprimorando nosso material, sempre mantendo a essência do peso do metal extremo", concluiu..


Animando"Tragic Impetus"


Peça importante na construção da identidade da Burying Existence, Marcelo Silva, responsável pelo lyric video também foi ouvido pelo Riffmakers. Silva demonstra afinidade com a faixa, o que já garante um bom aproveitamento. 

"Trabalhar com a Burying Existence começou de uma forma inusitada. Eu não conhecia a banda até ver uma postagem da arte da capa, criada pelo Fernando Lima, que foi, se não me engano, compartilhada pelo Claudio Gomes, da Caos Devasta", afirma o ilustrador.


Capa de "Humanity's Legacy " por Fernando Lima 


"Logo de cara, fiquei impressionado com a beleza e a energia que a arte transmitia. Na minha humilde opinião, é uma das artes mais incríveis com as quais tive a oportunidade de trabalhar este ano. No mesmo instante, imaginei tudo se movimentando... esqueletos, estátuas, crânios, galhos... e comentei que essa capa ficaria perfeita em um lyric video", conta Marcelo.

E enfim os contatos foram feitos, complementa o artista. "O Claudio (Caos Devasta) fez a ponte entre a banda e eu, e conseguimos produzir este material final. Quem teve o contato direto comigo foi o guitarrista, Cesar Zystus, que intermediou todo o processo de produção".


Marcelo Silva (foto: Thalyta Tavares)


"O processo foi longo, pois tivemos que adaptar tudo para garantir que cada cena impactasse quem estivesse assistindo. O material da banda, tanto a música quanto a arte da capa, era impecável e de alta definição, o que facilitou muito o processo de criação", ressalta Silva.

"No vídeo, adicionei movimentos de câmera, ambientação com fumaça e partículas, e dei vida às estátuas, como eu tinha imaginado (risos). Foi extremamente gratificante ver o resultado final", comenta o ilustrador.

"Só tenho a agradecer pela paciência e pela confiança no meu trabalho. Espero ter a oportunidade de trabalhar novamente com a Burying Existence no futuro", finalizou Marcelo Silva.


Estreia da Burying Existence 


Formada pelo citado César Zystus, mais Fernando Monteiro (vocal), Elder Amaral (baixo) e Keidson Santos (bateria) a Burying Existence tem 7 de setembro como a data de sua primeira gig. O evento também marca a entrada de Rômulo Toyoda (ex-Carbonation) na segunda guitarra.



A apresentação ocorre no Garage Inc (na Z. Leste de Manaus), no evento Zona da Morte, onde a banda se apresentará com Escafism, Hipnose Death, Lacerater of Flesh (também estreando) e Necrovisceral.


Cartaz do Zona da Morte 

*por Artur Mamede 



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Lacerater of Flesh - metal extremo na Zona da Morte

O trio amazonense de death metal Lacerater of Flesh é mais uma banda de formação recente a trilhar o caminho aberto após o isolamento causado pela COVID-19. 


Composta por Profanvs Balan (bateria/vocal), Fábio Guelber (baixo) e Felipe Santos (guitarra), a Lacerater of Flesh tem sua estreia em 07 de setembro no Zona da Morte, evento independente que acontece na zona Leste de Manaus.

O evento é um retrato desses novos tempos, com uma renovação no cenário da música extrema (incluindo novos eventos e produtoras). Além da Lacerater of Flesh, a Burying Existence, também formada por músicos experientes, fará sua estreia. O cast do evento se completa com a Necrovisceral (fundada em 2022) e as veteranas Escafism e Hipnose Death.


Cartaz do Zona da Morte 

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Evolução sem conflitos 


Apesar de sua formação recente (2024), a Lacerater of Flesh é composta por músicos experientes, o que já deixa as expectativas em um bom patamar. O Riffmakers buscou mais informações sobre a banda e como a mesma se vê nesse novo cenário da música extrema. Confira.

Riffmakers: Essa é a estreia nos palcos. O que vocês têm no repertório? Composições próprias?

Profanvs Balan: Temos uma intro e cinco pútridas musicas em nosso repertório atual. Todas composições autorais.

Riffmakers: Como funciona o fazer música pra LOF, é fácil reunir para compor/ensaiar?

Profanvs: A LOF tem na sua formação integrantes que já tocaram juntos, então fica muito fácil se reunir e compor. Todos escrevem, a parte criativa vem de todos.



Riffmakers: O período pós-pandemia trouxe uma renovação ao ambiente da música extrema. Novas bandas, novas produtoras de eventos. Como vocês se situam nesse cenário?

Profanvs: Isso é o sinal da evolução da cena. Depois de um tempo de conflitos, os interesses voltaram com uma sede maldita. Surgiram bandas nesses últimos anos que mostram esse novo lado caótico. O apoio se tornou maior levando ao público a oportunidade de conhecer esse caos. 

O metal extremo está em peso e seus apreciadores estão sedentos por essa destruição. E nós faremos parte disso.


Zona da Morte


O que: Zona da Morte, com Lacerater of Flesh, Burying Existence, Necrovisceral, Escafism e Hipnose Death 

Quando: 07 de setembro (sábado) a partir das 20h

Onde: Garagem Inc (rua Dr. Hélbio, 18 - Zumbi II)

Quanto: Acesso livre

Conheça mais sobre a Lacerater of Flesh no Instagram @lacerater_of_flesh

*por Artur Mamede 


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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Cara de Porco- 25 anos de Esgotocore Intergalático


Completando 25 anos em algum mês do que sobra de 2024, a Cara de Porco, representante única do chamado Esgotocore, prepara as comemorações do Jubileu de Prata lançando um lyric video, finalizando um documentário e acrescentando o termo "Intergalático" à sua classificação.


A atual formação da Cara de Porco (Juninho Mendes - baixista, Marcelo "Saci" Mendes - vocalista/dançarino, Rodrigo Fernandes - guitarrista e Anderson "Macarrão" - baterista) busca novos horizontes, para além do punk e hardcore, segundo Saci (a entrevista está logo abaixo).

E a primeira amostra dessa nova fase é o lyric vídeo de "Ranca as Tripas". O clipe, produzido pelo Motim Underground (@motimunderground), alopra nas cenas encarniçadas e na imagem da banda. Liricamente, a Cara de Porco abraça a violência, deixando de lado (só um pouco) o nonsense.

Aqui está "Ranca as Tripas". Acesse e ouça ALTO!




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"Viemos com uma proposta maís desafiadora"

O blog Riffmakers conversou com Marcelo Saci sobre essa nova fase, o "Rança as Tripas" e o amadurecimento do Esgotocore, que agora é intergalático. Confira.

Riffmakers: Quem segue a Cara de Porco sempre pensa em "Eu Quero Tocar Iron Maiden", "Quem tá no rock é pra se foder!", "Caranguejo não tem pescoço" e outras cheias de sarcasmo. Aí vocês aparecem com Rança as Tripas" que é mais violenta que engraçada. É uma nova pegada? É o Esgotocore ficando adulto?

Marcelo Saci: Sim (risos) a gente sendo o representante universal do Esgotocore INTERGALÁTICO, veio dessa vez com uma proposta mais desafiadora. Uma que vai além do punk e do hardcore, mas mantendo o lado ácido e crítico à sociedade que em suma é o real esgoto.  

Riffmakers: Qual a ideia que querem passar com "Ranca as Tripas"? 

M. S.: Essa música tem uma visão espiritual minha, coisas que escutava na infância dos mais velhos, a minha vó falava que o porco quando chorava sabia que ia morrer e era agouro, essa relação do porco com homem, sendo o porco uns dos primeiros animais a serem domesticados, meio que uma relação de amor e ódio e sujeira(risos).

Essas superstições somadas ao lado obscuro que eu acho que todos nós possuímos, sobre a fragilidade humana, como nos lamentamos no final de tudo, das feridas e lágrimas quem passamos pela vida.

Para alguns o corpo e só escória mas para outros é venerado é até comido. Por isso ao mesmo tempo cito o canibalismo ritualístico, a Antropofagia praticada por algumas tribos brasileiras e pelo mundo onde acreditam que comer parentes e os melhores guerreiros inimigos é uma forma de respeito e assim herdariam o poder e conhecimento desse parente inimigo.

Tem uma tribo na Guiné que acredita que para afastar de vez os demônios da pessoa possuída tem que matar e devorar esta pessoa. Como falei é uma pegada diferente, mais forte. Dá pra sentir o gosto da desgraça. 



Riffmakers: Ainda nos 25, quais os planos pra comemorar a data?

M. S.: Estamos produzindo o documentário de 25 anos ,produzindo junto com o nosso amigo Vladimir (ex-guitarrista e fundador do Gangrena Gasosa). Se der certo sai este ano. Ainda tem mais um single e um show com esse tema até o final de 2024. 

Discografia Cara de Porco 





- Papai Noel é Coisa de Americano Gay.  Quem dá presente no Brasil é o Saci Pererê (demo, 2000)

- Istromparo o Portuguêis no Cubico de Tauba (álbum, 2005)

- Cada Cão Lambe Sua Caceta (álbum, 2018)

- Nada É Sagrado (álbum, 2018)

- Música Santa Para Demônios (álbum, 2023).

Todo esse material está nas plataformas de streaming e vários vídeos estão na página da Cara de Porco no YT. Procure.

* por Artur Mamede 


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