Com o disparo no YT do clipe/ensaio de "Bucho do Bucho" o combo death/grind amazonense Os Bucheiros, enfim, dá como oficial sua entrada no circuito da música extrema do estado e já anunciando a produção do primeiro registro sonoro, o EP "Antigo Bairro do Matadouro".
O clipe de "Bucho do Bucho" foi lançado no último dia 11, e traz parte da banda em ação no Ferresom Studio, executando a faixa que compõe o repertório de quatro composições autorais d'Os Bucheiros.
Aqui está "Bucho do Bucho". Acesse e ouça ALTO!
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| Frame do clipe "Bucho do Bucho " |
Resgate histórico e grindcore
Idealizado pelo fotógrafo/artista gráfico Felipe Amorim e Afrânio Pires (ator, artista plástico, tatuador, baixista na Infecção Aguda, ex-Brutal Exuberância, ex-Hevé), o projeto resgata memórias de uma Manaus antiga, especificamente do bairro do Matadouro, na região dos atuais bairros da Glória e São Raimundo, onde ficava o matadouro municipal, de onde os moradores recolhiam vísceras para venda nos mercados, o que lhes valeu a alcunha pejorativa de Bucheiros.
Reforçando ainda mais o caráter memorialista, embalado num death/grind brutal, o nome da banda vem da obra "Os Bucheiros" do escritor amazonense Áureo Nonato, lançado em 1983.
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Nós somos Os Bucheiros
Do início em 2022 até o lançamento do clipe, Os Bucheiros passou por várias formações até a solidificação atual com Márcio Bob (guitarra), Fábio Guelber (baixo), Nathanahell Cavalcante (bateria) e os vocais de Afrânio Pires, Felipe Amorim e Clebson Hostil, que garantiu as composições e estreia ao vivo.
Para saber mais da gênese e planos d'Os Bucheiros, o Riffmakers conversou com Afrânio Pires. Confira.
Riffmakers: De onde, ou como surgiu a proposta da banda e a intenção de resgate histórico via death/grind?
Afrânio Pires: A princípio, a idéia inicial foi do Felipe Amorim, que em sua cabeça já tinha toda a concepção de uma banda fantasma, ele bolou o nome, a logo e toda uma estética visual, mesmo não sabendo tocar (risos).
Foi quando comecei a dar uns toques de baixo pra ele, que começamos a trabalhar para tornar esse projeto físico, a mais ou menos uns dois anos. Já tivemos outras formações, mas somente agora conseguimos integrantes firmeza pra levarmos em frente nossas composições.
Quanto a sonoridade, queríamos um som som mais sujo e grotesco, tendendo pro death/grind, pois foi estilo proposto desde o início.
Riffmakers: Como é botar pra funcionar e fazer de verdade as ideias propostas pela banda? E o nome, qual a intenção de usar uma obra literária para o batismo?
Afrânio: No processo de composição eu crio os riffs e escrevo as letras, no momento estamos com quatro composições prontas e também em processo de outras.
O nome vem do livro do Áureo Nonato. Antigamente os moradores da área do Matadouro Municipal eram apelidados de Bucheiros, por tirarem o sustento da venda de vísceras. Assim, para se defenderem dos insultos da "elite" havia a resposta "NÓS SOMOS OS BUCHEIROS, MAS SÃO VOCÊS QUE COMEM OS BUCHOS".
Riffmakers: Projeto lançado. Quais os planos a partir de agora?
Afrânio: Nosso primeiro show aconteceu no dia 04 de agosto no Escafism Fest, evento com várias bandas fodas de Manaus, que nos obrigou a intensificarmos os ensaios. Agora vamos continuar compondo e ensaiando para futuros convites para eventos metálicos em nossa cidade.
Riffmakers: O que esperar de arte gráfica e identidade visual? Juntando tu e o Felipe é até covardia.
Afrânio: A arte gráfica vai ficar a cargo do Felipe, que é artista gráfico de mão cheia e também comigo na elaboração de pinturas e desenhos. Como eu falei anteriormente já tinha toda uma concepção gráfica mesmo antes de existir, imagina agora (risos).
Riffmakers: Tu me mandou uma arte que criou expectativas. O que é? EP? Álbum?
Afrânio: É um EP. Para isso ensaiamos e compomos. A previsão é de ser lançado em 2025.
*por Artur Mamede
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