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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Paramecia expõe angústia e redenção no EP "Ocidente Vazio"

 


Nome do shoegaze manauara, a Paramecia lançou no último dia 21 o EP "Ocidente Vazio". A obra de quatro densas faixas mescla riffs do post-black metal e vapores dream-pop à urgência post-punk para embalar o lirismo existencialista das letras.


Atualmente em formação de duo, a Paramecia (Pedro Henrique - guitarra/vocais e Jhonatan Kauã -bateria/vocais), traz as características marcantes do shoegaze, como a rifferama noisy e vocais sussurrados. 

Destaca-se também a foto de capa assinada por Fer Paulo, vocalista e guitarrista da banda Não Existe Saudades Em Inglês.

Aqui está "Ocidente Vazio". Acesse e ouça ALTO!



Capa de"Ocidente Vazio" por Fer Paulo


Faixa a faixa


O que há de novo em "Ocidente Vazio"? Talvez nada, mas pode-se ver/ouvir a vez dessa subcultura se expressar em Manaus e um novo aparato lírico/musical que ilustre essa angústia.

O Riffmakers conversou com Pedro Henrique, o guitarrista/vocalista/compositor da Paramecia, que deu uma cara à subjetividade das músicas. E quem mais faria melhor?

"'Ocidente Vazio' é um conceito criado por mim junto com Arthur, um grande amigo da banda, que retrata muito o vazio emocional. Não tem nada ligado a cultura Jap, mas sim sobre vazio emocional, sobre quão vazio o ser humano pode se sentir sentado em um horizonte, viajando em linhas etéreas", disse PH.

"A letra de 'Ocidente Vazio' fala sobre dependência emocional, sobre a falta que uma pessoa pode fazer mesmo ela tendo feito mal para nós.  A frase 'Como eu vou aguentar, viver sem saber o que errei?', retrata muito esse conceito que quis passar, reforçando com o refrão final 'Ocidente vazio, pra onde eu irei?'", explica o músico.

Autobiográfica, "Cartas" é uma das mais antigas e pungentes composições de Pedro Henrique, resgatada pela Paramecia. "Escrevi quando tinha entre meus 10/11 anos, estava passando por uma fase difícil na minha infância e fiz essa música como uma forma de desabafo. Ela é um retrato de que a depressão é a pior doença do século, como retrato no refrão 'overdose de cartas, só tristezas/ cartas de amor e alucinações/ não sei o que o destino quer/ além de me matar."

"'Luz de Paz' é para você dedicar a quem ama. A quem é a flor branca que encolore seu jardim, a luz que ilumina seu dia, a uma pessoa muito querida, luz de paz é uma prova de amor. 'lor branca, luz de paz/ nada vem, nada vai/ flor branca, luz de paz/ você é calmaria'".

O EP fecha com "Errônea", que o compositor identifica como uma prova de maturidade e redenção após os transtornos causados pela angústia. 

"'Errônea' é sobre ver e entender que nada vai voltar a ser como antes. Fala que as vezes temos que aceitar certas dificuldades na vida, que temos que abraçar as dificuldades para crescermos como pessoas, mesmo que isso nos deixe péssimos pra sempre, mesmo que nos deixe uma marca, temos que encarar certas coisas. 'não vai voltar/ a ser pra sempre/ como sinais/ sem poder dizer/ péssimo/ pra sempre'", encerrou PH.


Track list 


01. Ocidente Vazio 
02. Cartas
03. Luz de Paz 
04. Errônea 

*por Artur Mamede 


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significado da letra de Errônea: Errônea é uma prova de maturidade, errônea sobre ver e entender que nada vai voltar a ser como antes, fala sobre que as vezes temos que aceitar certas dificuldades na vida, que temos que abraçar as dificuldades para crescermos como pessoas, mesmo que isso nos deixe péssimos pra sempre, mesmo que nos deixe uma marca, temos que encarar certas coisas.

"não vai voltar 

a ser, pra sempre

como sinais

sem poder dizer 


péssimo 

pra sempre."



sábado, 13 de julho de 2024

Paramecia - Norteando o shoegaze amazonense


Relativa novidade no espectro musical subterrâneo do Amazonas (pois falamos de shoegaze e mais precisamente blackgaze), a Paramecia vem, em doses homeopáticas, destilando seus acordes em singles e alguns raros eventos. E ainda assim desponta como o mais representativo nome do subgênero no estado.


No campo dos lançamentos,a Paramecia soltou na noite de sexta-feira (12) "Ocidente Vazio". Produzida por Jefferson Martinho  (que assina a produção do EP "Pandemia Apocalíptica da Necrovisceral, já publicado aqui no Riffmakers), a faixa tem o característico wall of noise do estilo, só que carregado na aspereza dos riffs post-black metal, indo mais para os lados do Alcest do que Jesus and Mary Chains.

Aqui está "Ocidente Vazio". Acesse e ouça ALTO!


Capa de "Ocidente Vazio "




"Eu não sabia realmente o que sentia"


"Ocidente Vazio" é o invólucro noisy que Sales (guitarra), Andrei (baixo) e Nathan (bateria) deram a letra autobiográfica escrita por PH (guitarra/vocal). A simbiose entre os integrantes e a produção caprichada (ainda que caseira) elevou o nível que já era bom em "Cartas", o single anterior lançado em maio (ouça AQUI).

O Riffmakers conversou com PH, sobre as faixas, processo de produção, influências e planos. Segue abaixo a entrevista.

Riffmakers:  Sobre a gênese de "Ocidente Vazio". É algo autobiográfico? A letra levando para o lado mais sombrio do shoegaze. O que se pode falar sobre isso?

PH: Vim de um relacionamento que me causou dependência emocional, foi um romance muito tóxico. Eu não sabia realmente o que sentia, como diz o refrão 'como eu vou aguentar, viver sem saber o que errei?'. Mesmo eu não tendo errado em nada, eu vivia nessa confusão.

Riffmakers: E um tema que puxa mesmo para a angústia, típico do shoegaze.

PH: A história do nome 'Ocidente Vazio' vem do vazio emocional que senti por conta das situações que andaram ocorrendo, me sentia perdido, sem lugar pra ir. A faixa, que exemplifica o shoegaze, acabou virando a cara da Paramecia e isso nos orgulha 

Riffmakers: "Ocidente Vazio" tem uma boa produção que carrega no wall of noise mas deixa bem audível o vocal que é quase um sussurro. Como se deu o processo de gravação?

PH: Foi tudo feito na minha casa. Tinha a letra, a música e alguns equipamentos. Contatamos o Jefferson, que apesar da experiência, topou produzir de um jeito caseiro. O processo todo levou menos de 10 horas, da pré-produção à finalização.


Paramecia no home Studio de PH

A parceria funcionou tão bem que Jefferson vai produzir nosso primeiro álbum também chamado "Ocidente Vazio". Serão nove faixas de autêntico black-gaze.

Riffmakers: E a influência do blackgaze sobre a Paramecia, até onde vai? Percebi também um pouco de Alcest, confere?

PH: O blackgaze é uma grande influência para a banda. Foi outro motivo que nos levou a procurar pelo Jefferson, um cara que veio desse berço e que só melhorou o que já fazíamos.

E sim, temos influência de Alcest, principalmente do álbum "Sourvenirs d'un Auntre Monde". Coloco também como referências ao nosso som as brasileiras Gorduratrans, terraplana e eliminadorzinho.

Das gringas, além do Alcest, cito My Bloody Valentine, Ride, Julie e Slowdive. Mas têm muitas outras.

Riffmakers: Para quem quer conferir a Paramecia ao vivo, tem algo marcado para breve?

PH: Nosso próximo show será em  24 de agosto, no Motorock Bar, no centro de Manaus. Vamos tocar no Freak Bats, um evento gótico que abraçou, junto com a comunidade post-punk, a proposta da Paramecia. Apareçam por lá.



Cartaz do Freak Bats com Paramecia e drahma



*por Artur Mamede 


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