sábado, 14 de maio de 2022

Delírio e despertar no pós-post-punk da Poesia Maldita


*por Artur Mamede 

O pós-post-punk da novíssima Poesia Maldita  (Bruno Castro - guitarra e voz, Francisco Chagas - baixo e voz, Ronyveder Costa - bateria) traz (novamente) luz a tradição de Manaus como berço de poesia crua, dos escritores madrugadores aos sirróticos, dos obscuros cantos da Alma  Nômade. 

O trio encapsulou essa urgência poética em "Prólogo", um trabalho de oito faixas produzido, mixado e masterizado por A. P. Mady, também responsável pelo eficiente uso dos teclados e guitarra solo nas faixas "Psicopata" e "Marina". Mady ainda imprime no trabalho a manha de quem faz  muito com pouco, de quem produz, no quarto de casa (a.k.a. Fubica Home Studio), do hardcore a lambada. E assim foi feito na captação de voz e cordas para "Prólogo". Já as batidas básicas e inspiradas de Ronyveder tiveram seu registro no Studio Janks, outro exemplo de dedicação na busca do som mais aproximado da temática da banda.


É rock básico, tem uma leveza pop radiofônica e ainda assim é neo-romântico e trágico tal qual dezenas de bandas "The" dos 80 e 90. A arte da capa de "Prólogo" reúne entidades da poesia simbolista e aos mais empedernidos emparedados no academicismo beletrista pode parecer empáfia de três caras que ousam se sentar sobre ombros de gigantes, mas isso só os faz ter uma visão maior. E "o poeta é um fingidor", então que eles se sintam gigantes também. A poesia é maldita e livre. 

Ouçam "Prólogo" clicando aqui.

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