domingo, 7 de julho de 2024

Álbum "1932" da Paradoxo rememora campos de concentração no Ceará


Disparado na manhã de domingo (7) em todas as plataformas de streaming, "1932" da banda cearense de thrash metal Paradoxo, traz à luz páginas manchadas de sangue da história do Ceará e do Brasil.

"1932", por meio de um bem executado thrash metal, expõe os esquecidos campos de concentração que foram criados no Ceará no ano que dá nome ao álbum. A macabra iniciativa estatal teve início um ano antes da abertura do campo de Dachau, na Alemanha nazificada, considerado o primeiro daquele regime.

E é mais extremo ainda saber que os "Currais do Governo" (ouçam a abertura/sinopse "O Que Não Deve Ser Esquecido" e a faixa que a segue) não foram criados por motivações partidárias, religiosas ou étnicas. Era a pretensa"elite" encarcerado a plebe. E é dever de historiadores (são dois na Paradoxo) e artistas fazer com que estes fatos sejam lembrados, para não serem repetidos.




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O Que Não Deve Ser Esquecido 


"1932" é um álbum temático de 10 faixas concentradas em menos de 30 minutos (contando a faixa sinopse) de thrash metal. Com todos os elementos do estilo, "1932" flui entre a energia e ativismo do Violator e letras contundentes que puxam para Dorsal Atlântica.

Aqui está "1932". Acesse e ouça ALTO!

A ideia de fazer um álbum temático veio do baixista/vocalista Reuber Tadeu, historiador e pesquisador dentro da área de cultura popular e história do Ceará. 

Algumas músicas têm como títulos os nomes dos campos e contam as experiências que os sobreviventes relatam em seus depoimentos, que foram coletados em um trabalho que durou quase três anos. 

Uma prévia de "1932" havia sido publicada como vídeo clipe em junho. A obra audiovisual "Patu" foi contemplada, assim como o álbum por um edital de incentivo da Lei Paulo Gustavo (assista AQUI).

De acordo com Reuber, essa proximidade com a história e cultura da sua região, faz com que as letras sejam sempre pensadas dentro do eixo nacional, o que pode ser atestado desde o álbum de estreia da Paradoxo, "Sociedade", de 2018.


Paradoxo 


Paradoxo, que além de Reuber Tadeu, conta com Nalber Silva - guitarra, Augusto Pitombeira - vocal e Marcelo Victor - bateria, tem como marca a execução do thrash metal da velha escola ena parte lírica, o papel de cronistas contemporâneos e o resgate histórico de fatos que foram empurrados ao limbo da história.


Track list 


1. O Que Não Deve Ser Esquecido 
2. Currais do Governo 
3. Cariús
4. Revolta 
5. 1932
6. Buriti 
7. Patu
8. Controle 
9. Saques
10. Chamas

*por Artur Mamede 


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