quarta-feira, 31 de julho de 2024

Carlos Lopes (Dorsal Atlântica): guitarra baiana, Clara Nunes e Bowie

Carlos Lopes, conhecido por sua inventividade e livre pensar/agir no que faz, seja com a Dorsal Atlântica, Mustang ou o Usina Lê Blond, seja em quadrinhos e arte plasticas e nos discursos ácidos e lúcidos, manifesta mais uma vez seu gosto pela liberdade, agora em vídeos no YT.


O multiartista disponibilizou na plataforma de distribuição de vídeos, com poucas horas de diferença entre um e outro, versões personalíssimas de "Você Passa, Eu Acho Graça", conhecida na voz de Clara Nunes, e "Starman" de David Bowie.

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Ao filho Gael


Os vídeos são simples. Closes na mão esquerda e dedos ágeis no violão ou na "Matadeira" (a guitarra baiana de Carlos, que tem nome próprio seguindo a tradição dos blueseiros). Lopes é um às nas seis cordas e isso é de muito tempo. E esses closes confirmam.

A ideia de gravar em um ambiente controlado também parece ter amaciado o cantar de Lopes. Tornando a experiência de ouvi-lo bastante agradável.

Já sobre a gênese da ideia, o próprio músico a descreveu nas redes sociais. São as descobertas do filho pré-adolescente Gael, musicadas pelo pai (leia abaixo).


Você Passa, Eu Acho Graça 

"Esta é a primeira versão de duas composições que meu filho e os amiguinhos cantam sem parar em julho de 2024. Eles conheceram este samba através de diversos remixes no Tik Tok, canção que eu ouvia na rádio com 6/7 anos. É incrível como o tempo passou e a música permanece tão poderosa. 'Você Passa, Eu Acho Graça' é uma composição de Ataulfo Alves e Carlos Imperial, gravada por Clara Nunes no álbum com o mesmo título da canção, de 1968.

Clara é uma de minhas cantoras favoritas junto a Clementina, Elis, Elza, Elizeth, Gal, Bethânia, Cláudia, Maysa, entre tantas que amo tanto.

E a guitarra baiana é caminho sem volta, assim como a liberdade musical."

Veja aqui a versão de "Você Passa, Eu Acho Graça" por Carlos Lopes.


Starman 


"Esta é a segunda versão de duas composições que meu filho e os amiguinhos cantam sem parar em julho de 2024. Eles conheceram Starman através de diversos remixes no Tik Tok. Mostrei o vídeo da canção para meu filho que conseguiu escutar a música inteira (ele bem que reclama quando a música passa de um minuto...)

1972... A Inglaterra ainda mandava no mundo do rock e o movimento glam era uma resposta ao hippismo. Pílula anticoncepcional, amor livre, drogas eram basicamente a visão estadunidense da contracultura classe média contra o capitalismo e as guerras impostas pelo governo. Os ingleses tinham outra concepção, mais ligada à base, aos operários, à classe baixa que precisava trabalhar mas se divertir. Eram mundos opostos.

Para muitos, os anos 70 foram progressivo ou rock pesado. Para mim foram muito Bolan, Bowie, Slade e Sweet. Sou beatlemaníaco, favorito as canções, as melodias.

Durante as excursões da Dorsal na segunda metade dos anos 1990, o baixista Alexandre e eu ouvíamos muito Bowie da fase espacial (em 1972, a viagem à Lua ainda era assunto corriqueiro e inspirava um futuro melhor, o que nunca aconteceu. Vide Elon Musk... E poucos se dão conta que o celular e a internet são frutos de guerras)

Do Bowie, talentoso, ladino e sagaz, meus favoritos sempre foram Space Oddity, The Man Who Sold the World, Hunky Dory e Ziggy. Curto todas as fases, mas cresci com esses discos. Isso faz toda a diferença."

Aqui está a versão de Carlos Lopes para "Starman".


*por Artur Mamede 



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