sexta-feira, 26 de julho de 2024

Gods & Punks - "Death" está lançado


Enfim, "Death", o esperado novo álbum do Gods & Punks emerge à luz. Lançado nesta sexta-feira (26) pela Electric Valley Records, a obra de sete longas, densas e sólidas canções celebra a vida retratando uma experiência de quase morte.


"Death", apesar de girar sobre um único tema, não se encaixa na categoria dos conceituais ao lembrarmos de quanta coisa chata foi colocada nesta categoria. As faixas respiram (pesadamente) com pulmões próprios. E algumas gritam bastante.

Aqui está "Death". Acesse e ouça ALTO!

Explicando o porquê do quase morte falado no trecho de abertura - para quem não segue a Gods & Punks ou o Riffmakers (tem duas matérias sobre a banda publicadas aqui), Alex Canhetti, vocalista e letrista tem a palavra.

"Em 2021, quase morri. Para resumir, meu cérebro ficou tão gravemente ferido que entrei em algo chamado estado de descerebração, entrei em coma nível 3 na escala de Glasgow (usada para medir os níveis de consciência (Nota do editor) e tive que passar por uma cirurgia na sala de espera do hospital em que estava. E então fiquei no hospital por mais de um mês, passando por outras três cirurgias até que fui mandado para casa", escreveu Canhetti.



Alexandre Canhetti (Reprodução/YouTube)


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 "Death" em uma audição


Quinto álbum da Gods & Punks (olá, Monster Magnet), "Death" sucede "The Sounds of the Universe", de 2021. A obra teve os vocais gravados em Paris, os baixos registrados em Santos (SP) e guitarras e baterias no Rio de Janeiro. 

A hipnótica série de faixas foi mixada e masterizada por André Leal e Kleber Mariano no Estúdio Jukebox, em Volta Redonda (RJ), tendo como seus executores, além de Alex, Pedro Canhetti (baixo), Rodrigo Blasquez (guitarra ) e Gabriel Santiago (bateria), os dois últimos, integrantes da Blind Horse.


"Death" do Gods & Punks. Capa por Bruno Kros 


Resolvi fazer um review "ao vivo". Essas são as impressões de uma primeira audição. E espero estar "errado" sempre que ouvir de novo. 

"Slowburner" abre o álbum com muito punch, rifferama sabbathico com acordes mais abertos, gritando. Bateria e baixo paquidérmicos e vocais diretos, com alguma modulação dramática. Aqui alguns corais elevam ainda mais o pique 

Emendando riffs, "Loss Of Reality" transita entre o hard rock 70 e o stoner. A máquina de chimbal trabalha para o climão. Uma quebra no andamento, com a banda seguindo a voz, dá um tom profético a faixa  E tome riffs.

"The Night of a Thousand Days" tem o doom mais tradicional na composição química, aqui bem escancarado. Afinação pantanosa, batidas e graves reverberando no éter e a voz de Alex soando quase épica, que ganha o reforço de agudos distantes, teclados "litúrgicos" e um encerramento em dedilhados medievais.

"Descerebration" é um mergulho límbico, aquoso. Um solo te puxa pra fora d'água, a cozinha soa pesada como o inferno jazzeando o heavy metal sabbathico.


Capa do single "Descerebration", por Bruno Kros 


De intro etérea "The Space Between Spaces", tem uma levada bluesy, címbalos espaçados e cânticos murmurantes. Até o doom estreitar tudo numa caixa escura antes da volta ao blues.

"Archimedes' Screw" marca com teor stoner sua presença. Aspereza bem dosada, "Archimedes' Screw" ("Parafuso de Arquimedes", em tradução livre), narra uma cirurgia de emergência realizada na sala de espera de um hospital. 

"Black Box" surpreende pelo ensoloramento. O sol do Rio de Janeiro invade Birmingham. Tem um pouco do britrock de Manchester safra noventa. Um piano fala alto, o baixo estala, uma constelação de referências chegam de uma porrada só. Quantas faixas em uma? O solo de guitarra! Bateria frenética empurrando tudo pra cima e pra frente! Alto. A todo volume.

...

Se teve algo que me incomodou foi o silêncio após a audição. Dos lançados no Brasil em 2024, "Death" já está na prateleira dos preferidos da casa. 

*por Artur Mamede 


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