A Escafism, banda amazonense de slamming brutal death, encerrou em dezembro a "Spreading The Pain", uma tour de 12 datas com início em Manaus, passagens por São Paulo e três gigs no Chile.
A maratona teve início no dia 10 de novembro, na Confrahell, ainda em Manaus. No dia 29, a Escafism desembarcou em São Paulo para um show. Depois segiu para cidades do interior deste estado, fazendo Itapetininga (30/11), Bauru (01/12), Osasco (05/12), Itu (06/12), Várzea Paulista (07/12) e Diadema (08/12), onde tocou no Masters of Noise Extreme Music Fest.
A Escafism tocou ainda em terras chilenas, devastando Santiago, Concepción e novamente Santiago, nos dias 13, 14 e 15/12, respectivamente. Na volta para casa a Escafism fechou a tour no 1° Tartária Metal Fest (21/12).
Após um breve descanso, Júnior Martins, vocalista da Escafism, procurou o Riffmakers para contar detalhes da tour, o que inclui perrengues financeiros, boa receptividade do público e até mesmo um terremoto no Chile.
O Riffmakers topou a proposta e abaixo o leitor pode conferir o relato, em primeira pessoa de Júnior sobre a "Spreading the Pain Tour", concluída com êxito junto aos companheiros de banda Neoman Grinder (baixo), Anderson Souza (guitarra) e Sid Lima (bateria). Confira.
Primeira etapa da tour e primeiros apertos
"A tour rolou com muita dificuldade. Especialmente a parte logística da primeira etapa em São Paulo. Os pedágios, mais a logística (transporte e alimentação, por exemplo) levavam todo o cachê. Mas em relação aos shows, em todos fomos muito bem recebidos e elogiados, por sermos de Manaus e tocarmos nosso death metal técnico. Foi um intercâmbio e network muito interessante, gerando interesse de selos, produtores e casas de show."
"Tivemos shows lotados, com exceção de um, que por ser realizado num domingo, teve um público baixo. Só agradecemos a quem foi aos eventos. Agradecemos ao amigo Wendel Marinho que nos abrigou por três semanas nessa primeira etapa da Spreading the Pain Tour. Sem esse apoio seria quase impossível."
Desembarque no Chile: frio e terremoto
"Chegamos ao Chile, com nossos próprios recursos, dois dias antes da primeira gig. Com a moeda local tendo o mesmo valor que o dólar, as dificuldades foram imensas."
"Ainda antes do primeiro show, na última sexta-feira 13 do ano, estávamos no hotel, no quinto andar, quando houve um terremoto na capital chilena. Foi uma surpresa agoniante, nunca havíamos passado por isso, nem por nada parecido. Havia gritaria nas ruas e a gente, que estava deitado, levantou sem saber o que fazer enquanto o edifício balançava. Mas não foi nada grave."
"Fomos até o La Comarca, a casa onde rolou o show. Fomos muito bem recebidos pela Carolina Marin (produtora do evento), pelas bandas e pelo público."
"O público gritava Brasil e Escafism em apoio a banda. Isso foi mágico, pois eles nunca haviam visto a Escafism e muitos nem haviam ouvido. Isso deu força para continuarmos, já que ainda havia um show em Concepción e outro de retorno em Santiago."
"Encaramos uma temperatura baixíssima na etapa chilena da tour, sendo Concepción a mais extrema. Lá fomos recebidos por Evelyn. Assim como ela, Carolina, em Santiago, honraram o acordo que fizemos antes da tour, então só cabia à Escafism executar o seu melhor, o que fizemos e pôde ser comprado pela reação do público."
Conterrâneos acompanhando a tour
"Em São Paulo encontramos alguns amazonenses, isso foi muito motivador. No Chile, conhecemos Max e sua esposa Marja, que saíram do Amazonas para nos ver. Eles nos deram uma força imensa e por eles teremos uma gratidão eterna."
"Não foi fácil sair do Amazonas para esse rolê. Foi muito difícil, mesmo. Principalmente quanto à parte financeira, mas conseguimos com o apoio dos produtores, amigos e público."
Quebrando tudo em SP
"Em SP, os agradecimentos vão, sobretudo, ao Ephrain da Antroforce. Um apoio que nos deu força para prepararmos outra tour. Estamos analisando essa proposta e logo faremos o anúncio."
"Ainda em SP, em Diadema, fizemos o Masters Of Noise. Organização nota 10. Fomos a penúltima banda do primeiro dia de festival, mas o público não arredou o pé e ficou para ver a Escafism. Lá também encontramos conterrâneos e deixamos nossa marca no evento e construímos um bom network."
"Não podemos deixar passar a lembrança do show em Itapetininga (SP), o primeiro dessa etapa, onde tocamos com o Vulture e fomos hospedados na casa do Adauto Xavier, vocalista da banda. Foi suporte total para um evento magnífico."
Saldo da Spreading the Pain Tour
"Em resumo, fomos muito bem recebidos e elogiados por nossa postura, como pessoas e como banda. Parcerias foram estreitadas, para muitos foi o primeiro contato com a Escafism e quem já conhecia pôde ver ao vivo o que imaginava ser um show nosso. Pelo feedback recebido, acho que cumprimos as expectativas."
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