sexta-feira, 4 de abril de 2025

"Histeria Coletiva" primeiro álbum da Torpes está lançado


Da região conhecida como Norte Pioneiro,  no Paraná,  a Torpes lançou nesta sexta-feira (4), o seu primeiro álbum.  "Histeria Coletiva" chega após alguns singles e um EP publcado em fins de fevereiro e vem carregado de críticas sociais,  aspecto que norteia todo o trabalho da banda desde sua fundação em 2019.


"A critica política é o que nos move hoje. Somos impulsionados diariamente a ser mais uma voz em meios a tantas, que querem mostrar a insatisfação com tudo que testemunhamos nesses tempos obscuros", disse a Torpes ao Riffmakers.

Trabalhado, da pré-produção ao lançamento,  por dois anos, entre empregos formais, família e tantos outros compromissos,  "Histeria Coletiva" tem sete faixas (sendo seis inéditas) gravadas, produzidas e mixadas por Carlão Pimentel,  baixista da Torpes. 

O álbum foi masterizado no Mopho Studio e tem a capa assinada por Guilherme Amorim, responsável pelo logotipo da banda e pela arte do single "Anomia Social", traduzindo a proposta da Torpes ao campo visual.

Esse esforço rendeu bem, captando com coesão e clareza a mescla de hardcore, punk e metal cometida por Caião - guitarra e voz: Vinícius Rocha- guitarra; Zica - bateria e o citado Carlão. 

Ouça "Histeria Coletiva" clicando AQUI.


Cqpa de "Histeria Coletiva" por Guilherme Amorim 

Posicionamento bem definido 


Nas mensagens recebidas pelo Riffmakers,  a Torpes mostra bem o seu posicionamento no atual cenário e coloca uma vida digna para todos como uma de suas bandeiras. 

"Estamos em meio a uma luta de classes, onde se torna cada vez mais difícil enxergar, com clareza, quem realmente está do nosso lado."

"Através do nosso primeiro álbum, queremos mostrar que estamos ao lado daqueles que se sentem abandonados, excluídos, violados e sem perspectiva de um futuro melhor. Mostrar que queremos mais, o que é de nosso direito. Por uma vida mais feliz, com segurança, moradia, educação, saúde e lazer, por uma vida mais digna."

Leia também: Disfagia - "Horrores da Guerra" é o novo EP da one-man-band


Faixa a faixa


A conversa com a banda ainda rendeu um faixa a faixa , onde a própria Torpes comentou sobre suas composições. Confira. 

Anomia Social - A primeira faixa do álbum traz os questionamentos acerca do caos e as incertezas que foram instalados em nossa sociedade. Uma canção sobre perda de valores, quebra de normas, tudo o que estiver ao alcance para alcançar os interesses escusos de uma elite política corrompida, preocupada mais em se manter no poder do que com os reais problemas de uma sociedade aflita, desamparada e carente de politicas que proporcionem tudo aquilo que foi prometido, o que lhe é de direito, o básico, como retorno sobre os impostos pagos com seu suor e trabalho.

Seguir & Obedecer - a segunda faixa do álbum trata sobre a guerra moral, a desinformação, o uso das redes sociais, da religião, das promessas vazias de uma elite que tem como único interesse, manipular a sociedade mais vulnerável, carente de políticas que tragam melhores condições para uma vida mais digna. 

A faixa aborda a maneira como a população é usada como massa de manobra, absorvendo e transmitindo falas que vão contra seus próprios interesses.

Histeria Coletiva - a terceira faixa não mede palavras para demonstrar a revolta contra a violência policial. Um projeto de extermínio contra a população pobre e vulnerável que necessita da atenção dos órgãos de segurança pública, uma crise de direitos humanos, onde governos dão o direito de atirar antes e perguntar depois. Sem meias palavras, Histeria Coletiva é uma crítica àqueles que enxergam algozes como heróis. Que normalizam esta barbárie, que assistem de braços cruzados nossa população sendo assassinada por sua cor e classe social.

Contra o Caos - uma chamada à Revolução Popular. Não há como deixar esta opção de lado. Quando as reivindicações pacíficas não surtirem efeito, quando parecer não haver mais saída, somente a união coordenada e ofensiva será a maneira como vamos depor o mal que assola nossa nação.

Somos a Revolução - uma canção sobre como estamos rumo à nossa extinção. Sobre como evoluímos para criar meios de nos exterminarmos. De mamíferos frágeis à donos do mundo. Partindo da nossa criatividade, sede por conhecimento, curiosidade, nosso instinto explorador até o nosso declínio, pela nossa petulância, nosso desejo de poder, nosso individualismo, nossa falta de empatia, nossa falta de amor empatia com o próximo, até nossa destruição.

A Verdade - uma faixa que soa mais como um desabafo. Testemunhando toda injustiça e descaso, um grito de revolta, uma maneira de externalizar o sentimento de quem se sente desamparado, abandonado a própria sorte, de quem é desfavorecido perante uma elite política financiada e sustentada no poder para governar pelos interesses de uma minoria.

Zé ninguém - A última faixa fala sobre o desapego por tudo que a sociedade nos vende como ideal. Libertar-se da necessidade de pertencimento, de ser o que querem que sejamos. Desprender-se de uma vida de mentiras, que nos é vendida como um desejo comum e alcançável a todos. Que possamos ser nós mesmos, vivendo nossas vidas, sendo felizes com o que realmente nos importa, com tudo aquilo que é real.


*por Artur Mamede 


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