segunda-feira, 19 de maio de 2025

Mukeka di Rato - "Generais de Fralda' é um soco na fuça da classe mérdea


Mais direto e contundente do que nunca, o Mukeka di Rato lançou no último dia 16 o "Generais de Fralda", seu nono álbum de estúdio. E os adjetivos que abrem essa matéria também se aplicam à capa, que uma hora ou outra vai gerar o "era melhor quando eles não falavam de política".



A capa e o título de "Generais de Fralda", no seu ótimo minimalisno xilográfico, tem tudo para incomodar quem não acordou com "Boiada Suicida" (2022). A mensagem direta vai tocar aqueles que só recentemente descobriram que RDP, Cólera, Dead Fish e outros, têm letras politizadas.



Capa de "Generais de Fralda" por Thiago Modesto



E que se toquem mesmo. E caso fiquem incomodados, que sumam. E para quem passar da capa e chegar às
 letras, a banda avisa que o álbum é "um convite para aqueles que de alguma forma continuam incorformados e insatisfeitos com as mazelas do mundo". 

Aqui está "Generais de Fralda". Acesse e ouça ALTO!

A produção



Produzido por Rafael Ramos (Deck) e gravado no Estúdio Tambor, no Rio de Janeiro, "Generais de Fralda" tem 13 faixas muito bem executadas por Fepas (vocal e guitarra), Brek (bateria), Mozine (baixo e vocal) e Paulista (guitarra e vocal).

A produção, repetindo a parceria de "Boiada Suocida" e "Carne" (2007), conseguiu o melhor dessa formação, até agora. Tudo bem equilibrado e audível, com as faixas encerrando no tempo certo.

Os sotaques sonoros, do crossover ao crust e hardcore, emolduram bem as letrss que pedem esses aconpanhamentos mais urgentes.


Faixa a faixa



A faixa título (veja o clipe AQUI) expõe esse recorte da população que quer se perpetuar no poder e "não valem a merda que cagam". 


Frame do clipe "Generais de Fralda"


"Predadores Armados" aborda a violência policial, um assunto que nunca se esgota, assim como a inovação da tortura estatal. 

"Se droga, Brasil!" vem na sequência e até faz link com a faixa anterior quando lembramos que a automedicaçã, ou a medicação excessiva, às vezes são usadas como alívio para as porradas recebidas (opinião do escriba). Mas aqui não há apologia ao tema.

"Criança Morta" traz imagens das pequenas vítimas de ataques terroristas, infelizmente atualizadas diariamente na Palestina ocupada. 

"Engenho de Sangue" é o Brasil que cresceu sugando o sangue dos escravizados. "Filho da Rua" mantém a crítica anterior, agora retratada no ambiente urbano, dos mais pobres e invisibilizados pisados pelas oligarquias.

A poderosa indústria armamentista e o multimilionário comércio da fé são os temas de "Fascism and Big Business" e "Somente Moedas Acendem Velas". 

"Tá fácil morrer, tá fácil matar" é o título, estrofe, refrão da faixa mais rápida (em duração) do álbum. Olá, Napalm Death!

Para quem se fode no trânsito arriscando a vida em duas rodas e ainda tem que aguentar esporro de pleiba e dondoca na hora da entrega, vai "Globo da Morte".

"Ferrão" é a mais subjetiva. Sem um alvo definido, tudo pode ser o alvo. Crossover dos bons e um solo interessante.

Mortos nas ruas em ruínas, cheiro de sangue e enxofre. É o que tu vai ouvir do personagem/narrador de "Último Dia da Guerra".

"Desgraça Capixaba" mete um reggae no meio da barulheira. Engana quem não presta atenção à letra e nunca viu o clipe (veja AQUI).  Bom desconstruir um estilo usado comumente para "vender" belezas regionais (e ganhar editais). Fechou bem o álbum.

Track list


1. Generais de Fralda
2. Predadores Armados
3. Se droga, Brasil!
4. Criança Morta
5. Engenho de Sangue
6. Filho da Rua
7. Fascism and Big Business
8. Somente Moedas Acendem Velas
9. Tá fácil morrer, tá fácil matar
10. Globo da Morte
11. Ferrão
12. Último Dia da Guerra
13. Desgraça Capixaba

"Generais de Fralda" já está nas principais plataformas digitais e tem versões físicas (LP, CD e K7) em pré-venda na Läjä Records (lajarecords.com).

Já na mais alta prateleira dos preferidos da casa, "Generais de Fralda" é pra se ouvir no último volume e a vizinhança que se incomode.

*por Artur Mamede

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