sexta-feira, 9 de maio de 2025

Trypophöbia - "Desintegrando Puritanos - Böötlive in São Paulo" chega sem massagem


Intolerante com os intolerantes - e como ser diferente? - a Trypophöbia volta um ano após o álbum de estreia e dispara o ao vivo "Desintegrando Puritanos - Böötlive in São Paulo". São 23 faixas viscerais e urgentes (na mensagem, velocidade e duração) que esburacam ainda mais o já puído manto da classe mérdea brasileira.


Saído em 1° de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, "Desintegrando Puritanos - Böötlive in São Paulo"  compila quase um ano de apresentações da Trypophöbia em eventos como o Condições Extremas, Respostas Extremas; In Grind We Rise Fest; DDP Fest e Walk Together, Mosh Together (2024) e In Grind We Rise Fest III; Extremo Horror Fest e Extreme Sunday, em 2025.

Aqui está "Desintegrando Puritanos - Böötlive in São Paulo". Acesse e ouça ALTO!

Capa de "Desintegrado Puritanos" por David Torres 



"Desintegrando Puritanos" não suaviza em letra, música e gráfico. As críticas às oligarquias e a elite emergente são potencializadas na arte da capa que relê, com cores brasileiras, "Humanure" do Cattle Decapitation.

De acordo com a banda, a capa segue "preservando os nossos princípios antifascistas, anticapitalistas e contra toda intolerância perpetuada e disseminada pela Extrema Direita de modo geral, adaptamos e alinhamos o nosso tributo artístico à nossa mensagem tanto lírica como sonora".

Musicalmente, o incômodo (para alguns) é incessante. Hardcore, grind, crust e outras adjacências sonoras subversivas são despejados às toneladas pela Trypophöbia, que não economiza nem quando a formação fecha em trio.

A "podrução"


"Desintegrando Puritanos - Böötlive in São Paulo" é um álbum rústico e grosseiro com as tracks registadas por aparelhos celulares. A autopirataria tem poucas edições, talvez só um respiro entre as faixas, e o primoroso trabalho do multibandas/projetos Igor Goularth, aqui acusado de masterização e nivelamento das faixas.

O bootleg carrega ainda segundo a Trypophöbia, o peso de ser uma obra transição da banda, onde se misturam gigs com a "formação clássica", tendo Lucas Cassero assumindo os blast beats/d-beats e a versão power trypo com Fran Pedreira (baixista) se encarregando temporariamente da bateria.

Track list ësbüräcädä (e gigs idem)


1.  Obscurantismo (Sample) + SxFxNxIx - Se Fudendo no Inferno (Intro) *

2. Desintegração do Puritano **

3. Sem Anistia [In Grind We Rise Fest **

4. Colheita Maldita ***

5. Divisão dos Divergentes ***

6. Sorria! ***

7. Sob Livre e Espontânea Pressão **

8. MxBxLx (Movimento Bestial Libertino) ***

9. Monopólio da Hereditariedade **

10. (The) Shit Sore Colostomy Quandary ***

11. All The Myths Are Dead! ****

12. Big Takeover ***

13. Messias Decrépito + You Suffer (Napalm Death cover) *

14. Colheita Maldita *****

15. O Despertar Para o Esquecimento [Extreme Sunday, 2025] 00:21 

16. Sorria! (2x) *****

17. Arranca Toco (Ratos de Porão cover) *****

18. Biotech Is Godzilla (Sepultura cover) *****

19. (The) Shit Sore Colostomy Quandary *****

20. Messias Decrépito + You Suffer + Dead (Napalm Death covers) *****

21. Desintegração do Puritano ******

22. All the Myths Are Dead! **

23. Divisão dos Desperados *


* Condições Extremas, Respostas Extremas, 2024

** In Grind We Rise Fest III, 2025

*** In Grind We Rise Fest, 2024

**** DDP Fest, 2024

***** Extremo Horror Fest, 2025

****** Walk Together, Mosh Together, 2024


PS.: E para quem chega agora, Trypophöbia não é barulho gratuito. Nada aqui é "for fun". Nem essa resenha. E como diz a banda;


Rap é compromisso e grindcore é protesto. In Grind We Rise!


×por Artur Mamede

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