sexta-feira, 5 de julho de 2024

Drowned - "Deus me Livre de Deus" marca o posicionamento da banda


"Deus me Livre de Deus", o novo single do Drowned, lançado na manhã desta sexta-feira (5), é um dos mais violentos da série de faixas, disparadas uma por mês, que antecedem o novo álbum da veterana entidade do death/thrash mineiro.


A faixa é a sétima da série que já disparou "Que a Força Esteja com Você", "Ao Pó Voltarás", "Desgraça Urgente", "Misoginia em Cristo", "Expresso 1888" e "Ecocídio Napalm", todas facilmente encontradas nas plataformas de streaming e vídeo.

Aqui está "Deus me Livre de Deus". Acesse e ouça ALTO!

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"Aqui não há meias palavras"


"Deus me Livre de Deus" é até agora (opinião do editor) a faixa mais violenta e virulenta da série. Violência que se estende à capa (mais uma de Fernando Lima, vocal do Drowned), que lembra a versão brasileira - com zumbis verde-amarelos, sol escaldante e urubus, da capa de uma famosa banda californiana (cessam aqui as semelhanças).

A temática foi melhor explicitada no texto (manifesto) publicado pela banda no momento do lançamento de "Deus me Livre de Deus", reproduzido abaixo 

"NOVO SINGLE! ACORDA! DEUS NÃO EXISTE! Leiam abaixo!
Deus. Este é o tema deste Single. 
A letra fala por si só, nem seriam necessárias maiores contextualizações aqui! Leiam lá!
E Deus, que não existe, serve de pano de fundo para o homem explorar seu semelhante em sua fraqueza. Claro, também fundamenta as eternas cruzadas, ou vocês acham que toda a crise, todo esse discurso moralista, todo esse horror ao diferente também não estava presente nas fogueiras? A Inquisição nunca acabou, apenas migrou para a internet, para as redes sociais, principalmente. Deus me livre de Deus! 
E é sobre esse "ser" inexistente, que poucos têm coragem de falar e encarar a realidade, é que trata essa música. Que comece o choro e ranger de dentes!
A capa é uma ilustração de Deus apodrecido pelo homem e o título é em cima da força de expressão popular, já que tudo aqui é “graças a Deus”.
Nosso novo disco você está conhecendo aos poucos. Trata do Brasil e do brasileiro. Se nossa mensagem te abala, provoca reflexões que você não quer ter (te tira da sua zona de conforto), busque alguém para te explorar em alguma igreja, templo, sinagoga, terreiro ou qualquer local. Siga de olhos fechados. Aqui, não há meias-palavras."




Selo Drowned de Porrada Sonora 


Fernando Lima mais Thiago Rodrigues e Marcos Amorim (guitarras), Rodrigo Nunes e Beto Loureiro (baixo e bateria, respectivamente), não baixam a guarda e nem deixam de atacar um instante que seja nos três minutos de pancadaria death/thrash. A calma vem num prólogo estranho que parece uma jam session que só me deixou mais intrigado.

Rifferama ultraveloz e criativo, baixo e bateria incessantes na condução e breques e vocais berrados (as vezes dobrados) são a marca de "Deus me Salve de Deus" e acentuam a sólida identidade de brutalidade do Drowned.

Posicionamento 


O single, e a série que o traz, reforçam também o posicionamento direto e reto da banda em falar de temas que são evitados para "não rachar o movimento". Lembrando que esse posicionamento não é de ontem, um exemplo é o ótimo "Bio-Violence" que já tem quase duas décadas de lançamento.

A série de singles já trouxe temas como a mídia controlada e enviesada, a hipocrisia no combate a entorpecentes, machismo/misoginia, racismo estrutural, predação/desmatamento/envenenamento promovidos pela agroindústria e a zumbificacão em massa imposta por ideias teocratas. 

Se alguém rachou o movimento, foram os do lado de lá. 

*por Artur Mamede 


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