sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Drowned - "Positivo Inoperante" escancara violência policial

Tratando do uso do sistema policial para reprimir e violentar a população mais pobre, "Positivo Inoperante", o novo single do Drowned, lançado nesta sexta-feira (6), é o mais direto da série iniciada em janeiro de uma faixa inédita por mês.


"Positivo Inoperante" é direto em sua letra, em sua arte de capa e até mesmo na duração da faixa (1'51"). O vídeo oficial, em versão animada pela Bonegringer Productions, até suavizaria o tema se não fosse a estridência e violência da música e letra.

Aqui está "Positivo Inoperante". Acesse e ouça ALTO!


Capa do single "Positivo Inoperante "

"A capa retrata simbolicamente as inúmeras vezes em que a bota aperta um pescoço nesse País", diz o Drowned em texto publicado nas redes sociais para a divulgação do single.

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Impossível passar pano


Mesmo lembrando que a maioria dos servidores do aparato policial militar seja de profissionais sérios, o Drowned vai aos primórdios da criação da instituição, no Brasil colonial, quando esta era incumbida também da caça aos escravizados fugidos e a herança que este "serviço" deixou 

"Uma vista diária no noticiário teremos várias amostras de abuso de autoridade e violência policial. E como a Polícia trata diferente ricos e pobres, brancos e negros, mulheres, indígenas, etc. O aparato estatal, pouco importa de que lado da história você está, protegerá sempre uns em detrimento de outros. A polícia (em sentido mais amplo) será o braço dessa ação, vulnerando a dignidade dos indivíduos muitas vezes. No Brasil tais traços são muito evidentes", escreveu a banda.


Singles e novo álbum 


O Brasil é o tema do novo álbum (ainda sem data de lançamento ou arte da capa divulgadas), como pode ser visto nos nove singles já lançados, já incluindo aí "Positivo Inoperante".

A série de um single por mês, iniciada em janeiro, aborda a hipocrisia da elite (e de quem acha que. Faz parte desta) e o recrudescimento do reacionarismo, facilmente reconhecidos nos títulos "Desgraça Urgente", "Ao Pó Voltarás", "Que a Forca Esteja com Você", "Misoginia em Cristo ", "Expresso 1888", "Ecocídio Napalm", "Deus me Livre de Deus", "A Bancada do Pistoleiro" e "Positivo Inoperante".


Frame de"Positivo Inoperante "


E o Drowned (Fernando Lima - vocal, Marcos Amorim e Rafael Porto - guitarras/backing vocals, Rodrigo Nunes - baixo e Beto Loureiro - bateria) prometem dar continuidade a estratégia de guerrilha sonora marcando 04 de outubro como data para o próximo single.

*por Artur Mamede 


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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Burying Existence lança "Tragic Impetus"


Lançado na quarta-feira (4), "Tragic Impetus" é o primeiro lyric vídeo da Burying Existence, furiosa banda amazonense de blackened death metal. A obra audiovisual é assinada por Marcelo Silva, ilustrador recifense que tem mais de 555 vídeos no currículo, incluindo um com a amazonense Caos Devasta.


"Tragic Impetus" é uma das cinco brutais faixas do EP "Humanity's Legacy", o primeiro registro oficial da Burying Existence. O clipe faz parte do monumental esforço da banda em cravar sua marca iniciado com a arte da capa do EP assinada por Fernando Lima, artista visual e vocalista do Drowned.

"Tem sido um grande desafio trabalhar neste projeto, especialmente ao conciliar nossas vidas pessoais com a dedicação necessária para fazer a banda acontecer. Mas a cada lançamento, a cada riff criado, sentimos que damos um passo gigantesco — como uma nova vitória a cada vez", disse César Zystus, fundador e guitarrista/vocalista da Burying Existence.

Assista "Tragic Impetus" clicando AQUI.


Capa de "Tragic Impetus" por Marcelo Silva 


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Buscando a identidade musical 



César Zystus explanou ainda sobre a busca de uma identidade musical e lírica, partindo do fazer música, sendo o clipe um dos degraus.

"'Tragic Impetus' representa muito para nossa música, especialmente do ponto de vista sonoro. Ao longo do processo de criação, estamos nos encontrando e descobrindo a identidade musical que queremos construir e transmitir. Esta faixa capta exatamente a essência do que buscamos — reunindo brutalidade, sujeira, riffs limpos, velocidade, melodia e sombriedade que queremos alcançar em nossas composições", disse Zystus.

"Estamos apenas no começo deste projeto, e prometemos continuar evoluindo e aprimorando nosso material, sempre mantendo a essência do peso do metal extremo", concluiu..


Animando"Tragic Impetus"


Peça importante na construção da identidade da Burying Existence, Marcelo Silva, responsável pelo lyric video também foi ouvido pelo Riffmakers. Silva demonstra afinidade com a faixa, o que já garante um bom aproveitamento. 

"Trabalhar com a Burying Existence começou de uma forma inusitada. Eu não conhecia a banda até ver uma postagem da arte da capa, criada pelo Fernando Lima, que foi, se não me engano, compartilhada pelo Claudio Gomes, da Caos Devasta", afirma o ilustrador.


Capa de "Humanity's Legacy " por Fernando Lima 


"Logo de cara, fiquei impressionado com a beleza e a energia que a arte transmitia. Na minha humilde opinião, é uma das artes mais incríveis com as quais tive a oportunidade de trabalhar este ano. No mesmo instante, imaginei tudo se movimentando... esqueletos, estátuas, crânios, galhos... e comentei que essa capa ficaria perfeita em um lyric video", conta Marcelo.

E enfim os contatos foram feitos, complementa o artista. "O Claudio (Caos Devasta) fez a ponte entre a banda e eu, e conseguimos produzir este material final. Quem teve o contato direto comigo foi o guitarrista, Cesar Zystus, que intermediou todo o processo de produção".


Marcelo Silva (foto: Thalyta Tavares)


"O processo foi longo, pois tivemos que adaptar tudo para garantir que cada cena impactasse quem estivesse assistindo. O material da banda, tanto a música quanto a arte da capa, era impecável e de alta definição, o que facilitou muito o processo de criação", ressalta Silva.

"No vídeo, adicionei movimentos de câmera, ambientação com fumaça e partículas, e dei vida às estátuas, como eu tinha imaginado (risos). Foi extremamente gratificante ver o resultado final", comenta o ilustrador.

"Só tenho a agradecer pela paciência e pela confiança no meu trabalho. Espero ter a oportunidade de trabalhar novamente com a Burying Existence no futuro", finalizou Marcelo Silva.


Estreia da Burying Existence 


Formada pelo citado César Zystus, mais Fernando Monteiro (vocal), Elder Amaral (baixo) e Keidson Santos (bateria) a Burying Existence tem 7 de setembro como a data de sua primeira gig. O evento também marca a entrada de Rômulo Toyoda (ex-Carbonation) na segunda guitarra.



A apresentação ocorre no Garage Inc (na Z. Leste de Manaus), no evento Zona da Morte, onde a banda se apresentará com Escafism, Hipnose Death, Lacerater of Flesh (também estreando) e Necrovisceral.


Cartaz do Zona da Morte 

*por Artur Mamede 



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Lacerater of Flesh - metal extremo na Zona da Morte

O trio amazonense de death metal Lacerater of Flesh é mais uma banda de formação recente a trilhar o caminho aberto após o isolamento causado pela COVID-19. 


Composta por Profanvs Balan (bateria/vocal), Fábio Guelber (baixo) e Felipe Santos (guitarra), a Lacerater of Flesh tem sua estreia em 07 de setembro no Zona da Morte, evento independente que acontece na zona Leste de Manaus.

O evento é um retrato desses novos tempos, com uma renovação no cenário da música extrema (incluindo novos eventos e produtoras). Além da Lacerater of Flesh, a Burying Existence, também formada por músicos experientes, fará sua estreia. O cast do evento se completa com a Necrovisceral (fundada em 2022) e as veteranas Escafism e Hipnose Death.


Cartaz do Zona da Morte 

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Evolução sem conflitos 


Apesar de sua formação recente (2024), a Lacerater of Flesh é composta por músicos experientes, o que já deixa as expectativas em um bom patamar. O Riffmakers buscou mais informações sobre a banda e como a mesma se vê nesse novo cenário da música extrema. Confira.

Riffmakers: Essa é a estreia nos palcos. O que vocês têm no repertório? Composições próprias?

Profanvs Balan: Temos uma intro e cinco pútridas musicas em nosso repertório atual. Todas composições autorais.

Riffmakers: Como funciona o fazer música pra LOF, é fácil reunir para compor/ensaiar?

Profanvs: A LOF tem na sua formação integrantes que já tocaram juntos, então fica muito fácil se reunir e compor. Todos escrevem, a parte criativa vem de todos.



Riffmakers: O período pós-pandemia trouxe uma renovação ao ambiente da música extrema. Novas bandas, novas produtoras de eventos. Como vocês se situam nesse cenário?

Profanvs: Isso é o sinal da evolução da cena. Depois de um tempo de conflitos, os interesses voltaram com uma sede maldita. Surgiram bandas nesses últimos anos que mostram esse novo lado caótico. O apoio se tornou maior levando ao público a oportunidade de conhecer esse caos. 

O metal extremo está em peso e seus apreciadores estão sedentos por essa destruição. E nós faremos parte disso.


Zona da Morte


O que: Zona da Morte, com Lacerater of Flesh, Burying Existence, Necrovisceral, Escafism e Hipnose Death 

Quando: 07 de setembro (sábado) a partir das 20h

Onde: Garagem Inc (rua Dr. Hélbio, 18 - Zumbi II)

Quanto: Acesso livre

Conheça mais sobre a Lacerater of Flesh no Instagram @lacerater_of_flesh

*por Artur Mamede 


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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Cara de Porco- 25 anos de Esgotocore Intergalático


Completando 25 anos em algum mês do que sobra de 2024, a Cara de Porco, representante única do chamado Esgotocore, prepara as comemorações do Jubileu de Prata lançando um lyric video, finalizando um documentário e acrescentando o termo "Intergalático" à sua classificação.


A atual formação da Cara de Porco (Juninho Mendes - baixista, Marcelo "Saci" Mendes - vocalista/dançarino, Rodrigo Fernandes - guitarrista e Anderson "Macarrão" - baterista) busca novos horizontes, para além do punk e hardcore, segundo Saci (a entrevista está logo abaixo).

E a primeira amostra dessa nova fase é o lyric vídeo de "Ranca as Tripas". O clipe, produzido pelo Motim Underground (@motimunderground), alopra nas cenas encarniçadas e na imagem da banda. Liricamente, a Cara de Porco abraça a violência, deixando de lado (só um pouco) o nonsense.

Aqui está "Ranca as Tripas". Acesse e ouça ALTO!




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"Viemos com uma proposta maís desafiadora"

O blog Riffmakers conversou com Marcelo Saci sobre essa nova fase, o "Rança as Tripas" e o amadurecimento do Esgotocore, que agora é intergalático. Confira.

Riffmakers: Quem segue a Cara de Porco sempre pensa em "Eu Quero Tocar Iron Maiden", "Quem tá no rock é pra se foder!", "Caranguejo não tem pescoço" e outras cheias de sarcasmo. Aí vocês aparecem com Rança as Tripas" que é mais violenta que engraçada. É uma nova pegada? É o Esgotocore ficando adulto?

Marcelo Saci: Sim (risos) a gente sendo o representante universal do Esgotocore INTERGALÁTICO, veio dessa vez com uma proposta mais desafiadora. Uma que vai além do punk e do hardcore, mas mantendo o lado ácido e crítico à sociedade que em suma é o real esgoto.  

Riffmakers: Qual a ideia que querem passar com "Ranca as Tripas"? 

M. S.: Essa música tem uma visão espiritual minha, coisas que escutava na infância dos mais velhos, a minha vó falava que o porco quando chorava sabia que ia morrer e era agouro, essa relação do porco com homem, sendo o porco uns dos primeiros animais a serem domesticados, meio que uma relação de amor e ódio e sujeira(risos).

Essas superstições somadas ao lado obscuro que eu acho que todos nós possuímos, sobre a fragilidade humana, como nos lamentamos no final de tudo, das feridas e lágrimas quem passamos pela vida.

Para alguns o corpo e só escória mas para outros é venerado é até comido. Por isso ao mesmo tempo cito o canibalismo ritualístico, a Antropofagia praticada por algumas tribos brasileiras e pelo mundo onde acreditam que comer parentes e os melhores guerreiros inimigos é uma forma de respeito e assim herdariam o poder e conhecimento desse parente inimigo.

Tem uma tribo na Guiné que acredita que para afastar de vez os demônios da pessoa possuída tem que matar e devorar esta pessoa. Como falei é uma pegada diferente, mais forte. Dá pra sentir o gosto da desgraça. 



Riffmakers: Ainda nos 25, quais os planos pra comemorar a data?

M. S.: Estamos produzindo o documentário de 25 anos ,produzindo junto com o nosso amigo Vladimir (ex-guitarrista e fundador do Gangrena Gasosa). Se der certo sai este ano. Ainda tem mais um single e um show com esse tema até o final de 2024. 

Discografia Cara de Porco 





- Papai Noel é Coisa de Americano Gay.  Quem dá presente no Brasil é o Saci Pererê (demo, 2000)

- Istromparo o Portuguêis no Cubico de Tauba (álbum, 2005)

- Cada Cão Lambe Sua Caceta (álbum, 2018)

- Nada É Sagrado (álbum, 2018)

- Música Santa Para Demônios (álbum, 2023).

Todo esse material está nas plataformas de streaming e vários vídeos estão na página da Cara de Porco no YT. Procure.

* por Artur Mamede 


APOIADORES RIFFMAKERS 






Drowned - "Positivo Inoperante" escancara violência policial

Tratando do uso do sistema policial para reprimir e violentar a população mais pobre, "Positivo Inoperante", o novo single do Drow...