sábado, 20 de abril de 2024

Nocturnal Bleed lança "Lake of Fire"



"Lake Of Fire" primeiro full length da Nocturnal Bleed é um dos grandes lançamentos do ano. Disparado nas plataformas de streaming na noite de 19 de abril, o álbum de 10 faixas surpreende pela produção esmerada e interessantes variações rítmicas inseridas no death/thrash executado pelo quarteto belenense.


Aos aficionados em death/thrash tradicional, a audição de "Lake of Fire" ganha um atrativo quando emoldurada pela arte da capa, um trabalho bem fiel ao estilo.






Criação de "Lake of Fire"


O espírito DIY (Do It Yourself, ou Faça Você Mesmo)  permeou todo o processo, da gestação ao lançamento de L.o.F, explica o guitarrista/vocalista Lucas Farias. 

"'Lake of Fire' foi o primeiro trabalho gravado em estúdio, guitarra e voz. Nas vozes, gravei tudo em um dia e os solos também. Nada foi escrito (antecipadamente), acabei criando na hora. Assim é mais desafiador", disse o músico.

O guitarrista Felipe Cohen dá mais detalhes. "Esse trabalho foi gravado em julho de 2022 e a pós-produção só foi encerrada no fim de 2023. 'Lake of Fire' foi gravado e masterizado pelo Paulo 'Doido'  Wallace, uma figura renomada no meio, e que já trabalhou com Thunderspell e Retaliatory", aponta Cohen .

As gravações foram realizadas no C.S Studio, no Panorama XXI, em Belém do Pará, e tiveram a participação do guitarrista e produtor da Delinquentes, Paulo Bigfoot em capturas dos singles "Scourge of Pain" e "Terror Supremacy".

Falando sobre a parte gráfica, o guitarrista comentou, "A arte de encarte foi desenvolvida pelo artista macapaense Kleber Guimel, que já vem trabalhando conosco desde 2020, com a criação de logos e artes para singles e releases", destaca Felipe.

"Agradeço a todos que, de alguma forma, ajudaram a banda a chegar até aqui: músicos, amigos, produtores e ao público que financiou e financia tudo que a banda produz", finalizou Lucas.

A Nocturnal Bleed atualmente conta com os membros fundadores Felipe Cohen (guitarra) e Lucas Farias (guitarra e vocal), mais Jean Souza (baixo) e Rob França (bateria). 

Aqui está "Lake of Fire" acesse e ouça.

Faixa a faixa 


"Morbid Whisper" é uma atmosférica intro de 52 segundos. Os sons de batalha casados com um teclado etéreo, causam um clima tranquilo e ao mesmo tempo desconfortante.

A "verdadeira" primeira faixa, "Terror Supremacy", corta os laços com a incômoda tranquilidade e mostra a qualidade empenhada na produção do álbum.  A banda soa limpida, um paradoxo para o bom death metal. Instrumental sempre avante, brutal e impiedoso e um grande registro de vozes, com vocais dobrados e backings assombrosos. 

"Malevolence of the Dead" abre com um solo de metal tradicional virado num riff coeso, uma boa introdução para a faixa que logo ganha uma cadência death metal nos moldes de Tampa. O uso de vocais dobrados e backing vocals traz uma lembrança do Deicide.

Carregada no groove e riffs thrasheados "Fetus Massacre" tem um andamento moderado onde o vocal se encaixa bem tornando clara a audição da letra. A bateria sobe e aparece sem o apelo, comum hoje em dia, de exibição de técnica, produzindo bons momentos para o headbanging, até seu encerramento épico.

"Sound of the Nails" tem um clima industrial e um riff cadenciado fazendo a cama para o domínio do baixo. A faixa é uma das mais ricas em variações.

Mais death metal estilo Flórida 1990 aparece em "Lake of Fire". Uma ode à cultura old school, inclusive com um refrão sacrílego e um encerramento em fade in que só traz vontade de repetir a audição.

"Planetary Slavery" tem uma rifferama thrasher que logo abre em death metal raivoso. Após essa ponte, vem uma parede sonora protagonizada por uma boa sessão orgânica de blast beats que não duelam com o metrônomo.

"Final Sign" é death metal desde os primeiros acordes e batidas. Tem alguns toques doom e um ótimo solo.

"Devour the Corpse" carrega no clima doom, o baixo conduz a faixa, cabendo aqui um econômico e eficiente solo de graves que é quebrado por um intenso avanço dos bumbos rumo ao death/thrash.

O álbum fecha com "Scourge of Pain" que tem uma introdução marcial que segue num crescendo à velocidade absurda. Um bom solo de guitarra encerra a faixa e o álbum e o silêncio dos primeiros segundos após a audição trazem de volta o desconforto da faixa de introdução. O melhor a se fazer é repetir tudo de novo 

"Lake of Fire" é um grande álbum e, se tu costuma participar das enquetes sobre os melhores do ano e coisas parecidas, anote o nome da Nocturnal Bleed. 

*por Artur Mamede 




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