quarta-feira, 30 de abril de 2025

"Luxferre" é o novo álbum do DannaH Project


Nono álbum do DannaH Project, "Luxferre" foi lançado em 18 de abril e traz mais uma coleção de criativos riffs de Daniel DiMelo, o musicista mineiro que encarna a entidade de música instrumental, ou heavy/no voice, como às vezes se manifesta.


Mas como pode ser ouvido nas 10 faixas de "Luxferre", o que o compõe vai além do heavy. Nos pouco mais de 36 minutos do álbum se ouvem levadas jazzy, prog, étnicas, post-punk e post-rock.

Aqui está "Luxferre". Acesse e ouça ALTO!


Faixa a faixa


Não só cordas, "Luxferre" tem ótimas batidas como o que se ouve em "Cinzas", a curta faixa de abertura que é mais que uma intro.


Capa de "Luxferre" por John Nobody Arts


Segue o álbum com o quase thrash metal da faixa título. "A Última Batalha" pende para o heavy tradicional mas longe do clichê.

A quarta faixa, "Eternidade", é das mais complexas (ainda assim de fácil digestão), criativa e alternando sombra e luz. "Janequeo" é a face étnica do DannaH Project. Hipnótica e imersiva e também agressiva com sua fúria tribal.

"Ventos do Sul" traz calma ao álbum com a bateria impondo uma velocidade contrastante. 

Virtuosa sem ser chata,  "Sete Flechas" abre com acordes que lembram violas. Logo vem uma enérgica bateria dando a deixa para os riffs e solos de DiMelo.

"Solar" vibra em nuvens de fuzz e distorção garage/shoegaze/metal. "Lobos e Cães" é uma faixa para guitarras. São várias camadas de cordas em diferentes efeitos criando uma massa sólida.

"Réquiem" fecha o álbum com uma levada barroca sacro/progressiva e nada enfadonha. Uma das grandes composições de "Luxferre" e ótima escolha para o coda. 

Leia tambémHellway Train coveriza "Solidão" da Azul Limão


O álbum


"Luxferre", assim como os demais trabalhos do DannaH Project,  foi gravado no Ilha do Fuzz Estúdio em Belo Horizonte, Brasil. Mixagem e masterização tiveram o processo dividido entre o Ilha do Fuzzy e Estúdio Casa 1098 em Esmeraldas, também em Minas Gerais.

O conceito de arte da capa de "Luxferre" é assinado por John Nobody Arts sobre a tela "The Annunciation" do italiano Francesco Solimena (c.séculos XVII/XVIII).


Track list 


01. Cinzas

02. Luxferre

03. A última batalha

04. Eternidade

05. Janequeo 

06. Ventos do Sul

07. Sete Flechas

08. Solar

09. Lobos e Cães

10. Réquiem


Já entre os melhores álbuns de 2025, "Luxferre" merece audições cuidadosas e seguidas. Sigam o Dannah Project.

*por Artur Mamede


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Hellway Train coveriza "Solidão" da Azul Limão


Em uma viagem no tempo, aos primeiros anos do hard'n'heavy brasileiro, os belorizontinos da Hellway Train resgatam a balada hard "Solidão", uma das faixas emblemáticas do EP "Ordem & Progresso", lançada originalmente pela Azul Limão em 1987.


'Solidão" vem à luz quase quatro décadas após seu lançamento em uma versão lyric video, simples e eficiente, deixando que se destaquem a letra da Azul Limão e a execução impecável da Hellway Train.

Veja "Solidão" na versão da Hellway Train clicando AQUI.

No clipe, a Azul Limão ganha outra homenagem. Por alguns segundos aparece na tela o guitarrista fundador da banda dividindo o palco com a Hellway Train num show de 2021, no Be Magic Festival (RJ).


Marcos Dantas (Azul Limão) dividindo o palco com a Hellway Train



E é nessa hora que entra um bem executado solo de guitarra. A execução da Hellway Train recria o clima dos primórdios do metal brasileiro, mas com as condições favoráveis da atualidade.


Os riffs estridentes e rápidos eztão lá, assim como baixo e bateria segurando o andamento de forma segura, com a mixagem deixando tudo audível e no mesmo nível. O vocal também se destaca na recriação do clima oitentista, abusando de forma dramática de falsetes e vibratos.


Hellway Train


Fundada em 2010, a Hellway Train é uma das mais proeminentes representantes brasileiras do N.W.O.T.H.M (New Wave of Traditional Heavy Metal), um levante mundial de bandas que buscam resgatar a estética e a sonoridade do heavy metal tradicional e que inevitavelmente esbarra no speed metal.

Formada atualmente por Marc Hellway nos vocais, Vinicius Thram na guitarra, Chris Maia no baixo e Filipe Stress na bateria, a Hellway Train lançou recentemente é o EP "Strike by Lightning" (ouça AQUI), lançado em abril. 

São três faixas com uma abordagem mais agressiva que a composta para o álbum "Borderline" (2024). No EP a Hellway Train aposta numa pegada mais speed, às vezes flertando com o metal punk. E botem fé, os caras acertaram.

*por Artur Mamede


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terça-feira, 29 de abril de 2025

Delinquentes - dos primórdios da banda, "Chernobyl" vira web clipe


Veteraníssima no HC/crossover paraense e brasileiro, a Delinquentes disponibilizou recentemente o web clipe de "Chernobyl", faixa que tinha seu último registro oficial no álbum "A Serpente" (2024), mas que faz parte do repertório da banda desde o fim da década de 1980.


A formação Jayme Katarro (vocalista/fundador), Paulo Bigfoot (guitarra), Pablo Cavalcante (baixo) e Raphael Lima (bateria), que regravou "Chernobyl" se consolida como a mais prolífica da Delinquentes, banda iniciada a quase 40 anos e que sempre ergueu a bandeira independente.

E de forma independente vem o clipe da faixa (assista clicando AQUI). 

O eficiente apoio vocal de "Chernobyl"

A produção


Gravado no Fábrika Studio, em Belém, o web clipe tem produção assinada por Kleber Chaar, um quase Delinquente de tanto que acompanha a banda, sendo também o produtor de "A Serpente" e de nais uma penca de bandas e projetos paraenses.

Leia também: Unblooded - "Marcas daTortura" retrata a brutalidade carcerária

Essa promiscuidade (sadia) entre banda, estúdio e produtor garantiu a boa captação e a ótima atuação da Delinquentes no vídeo.

"Chernobyl" é urgente em velocidade e duração. São 1'23" de riffs muito bem executados, baixo e bateria com grande destaque no andamento quase thrash e os vocais raçudos de Jayme Katarro.

A letra, tipica da epoca em que foi escrita, ainda cabe para o mundo atual o que justifica seu resgate. Além de que o título vale (e é usado como ) refrão, aqui reforçado pelos vocais de apoio de Raphael Lima, Paulo Bigfoot e Pablo Cavalcante, mais os fotógrafos e amigos (também quase Delinquentes) Vítor Peixe e Breno Barros.

Para ouvir ALTO!

*por Artur Mamede


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Unblooded - "Marcas daTortura" retrata a brutalidade carcerária



O visceral "Marcas da Tortura", disparado no último dia 10, é a estreia em video clipe dos death grinders maranhenses do Unblooded. A obra audiovisual, realizada totalmente no espírito FVM, é carregada de brutalidade e nada aqui é gratuito, não é barulho pelo simples barulho e o sangue derramado tem seus porquês.


"Marcas da Tortura" faz referência ao caso dos irmãos Naves, um dos maiores erros judiciários da história do Brasil e que continua sendo repetido nos porões e celas dos DPs.

Aqui está "Marcas da Tortura". Acesse e ouça ALTO.



Frames de "Marcas da Tortura"

O clipe


Para o peso do tema, o teor da letra e a massa sonora death grind de "Marcas da Tortura" só um acompanhamento igualmente brutal. O que foi alcançado na parceria entre a Unblooded e o diretor André Bakka.

Leia também: Inferno Nuclear - lyric video chama para novo álbum

Num cenário simples, uma imensa mortalha e a banda banhada em sangue (com algumas inserções externas e de um programa de TV), Bakka e equipe captaram e reproduziram no clipe a mensagem da Unblooded.

O clipe foi realizado de forma totalmente FVM num esforço colaborativo que deu certo. A começar pela cenografia que leva a assinatura de Maria Helena Costa (responsável pela mortalha e mãe do guitarrista Alexandre Costa), do próprio Alexandre e André Bakka.

Bakka aparece outras vezes na ficha técnica, como maquiador e um dos torturados do clipe (o outro é interpretado por André Luiz e o torturador por Gusttavo Bazílio, baixista da banda e também coordenador de produção e produção geral).

A equipe se completa com Débora Selv na produção geral, maquiagem e efeitos especiais ("assistente de sangue"), Lucas Mano (baterista da Unblooded e produção geral) e Adam Fragoso na direção de fotografia, edição, montagem e colorização.


Unblooded


Com uma década de atuação na música extrema, a Unblooded tem na formação atual, alem dos citados Alexandre Costa, Gusttavo Bazílio e Lucas Mano, o vocalista Aleff Lopes.

"Marcas da Tortura" foi retirada do EP de mesmo nome lançado em dezembro de 2023. O trabalho de media duração tem sete faixas elaboradas e gravadas já com a formação atual.


Capa de "Marcas da Tortura" por The Darkside Art

O EP foi gravado no KM4 Produções sob a mão de Ruan Cruz, que mixou, masterizou e orientou a Unblooded nas gravações. Débora Selv articipa ainda da  obra nos vocais de "Esquadrão de Bruxas".

"Marcas da Tortura" saiu com o apoio de Nilberto Borges da Metal Island Records e todo esse esforço conjunto que fortalece o ecossistema da música extrema nacional.


*por Artur Mamede

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quarta-feira, 9 de abril de 2025

Inferno Nuclear - lyric video chama para novo álbum


A Inferno Nuclear publicou no último dia 07 o lyric video de "Inferno Nuclear". A faixa abre a campanha de promoção do novo álbum, programado para ser lançado em 12 de maio.


A versão lyric video de "Inferno Nuclear" leva a assinatura do experiente Marcelo Silva (Blasfemia Art), que animou a capa criada por Kleber Guimel para o sucessor de "Diante de um Holocausto" de 2021.

Aqui está "Inferno Nuclear". Acesse e ouça ALTO!!


Capa de "Inferno Nuclear" por Kleber Guimel 

Cenário geopolítico atualiza o tema


A faixa tem 3'51" de um veloz thrash metal da velha escola e a letra, mesmo com temática comum ao estilo, aparece relevante já que o atual cenário geopolítico mundial não colabora para criação de temas mais amenos. 

"'Inferno Nuclear' traz à tona questões sobre a guerra e a violência no mundo contemporâneo. Em um contexto geopolítico marcado por tensões, a letra aborda a Guerra Fria e a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial, refletindo sobre conflitos que têm ceifado milhares de vidas", detalha o vocalista Wellington Freitas. 

"Nos últimos anos, o mundo tem sido testemunha de crises humanitárias devastadoras. A guerra na Síria, o conflito entre Rússia e Ucrânia, e a situação entre Israel e Palestina são apenas alguns exemplos de como a humanidade se encontra em um estado de alerta constante", completou Freitas. 

Leia também: Escafism na escalação do Setembro Negro Festival


O novo álbum 


"Inferno Nuclear", o single e o álbum,  foi gravado no Estúdio Madness Music (Jardim da Conquista, SP) em outubro e dezembro de 2024. 

Com produção por Thiago Bezerra, o álbum traz a banda afiada nas composições e estabilizada com uma formação experiente, que tem além de Wellington, o guitarrista Leonardo Garcia, o baixista Leandro Lronnos e o baterista Marcos Luz.

Assim, a banda que tem origens na capital paraense, expande seu poder de fogo com mais um trabalho de longa duração que pode repetir,  ou superar,  o êxito de seu álbum de estreia. 


*por Artur Mamede 


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terça-feira, 8 de abril de 2025

Escafism na escalação do Setembro Negro Festival




Expoente amazonense do technical slamming brutal death metal, a Escafism está no cast 2025 do festival Setembro Negro. A escalação divulgada nesta terça-feira (8) traz nomes de peso da música extrema brasileira e gringa.


No front do metal extremo desde 2018, a Escafism (Júnior Martins - vocal, Sid Lima - bateria, Profanus Java - guitarra e César Zystus - baixo), se apresenta na tarde de 7 de setembro,  dividindo o Palco Infernal com Morkalv, Orthostat, Tyranex, Nervochaos e Varathron.


Cartaz oficial do Setembro Negro Festival 

O Riffmakers conversou com Júnior Martins,  frontman da Escafism,  logo após a divulgação do cast pela Tumba Productions. O papo foi rápido,  ainda sob a carga emocional trazida pelo anúncio. Havia muito a se dizer, mas pouco tempo para falar. Confira.

Leia também: Dannah Project dispara "Sete Flechas", terceiro single de "Luxferre"


Atual formação da Escafism 


Riffmakers: O anúncio do cast da edição 2025 acabou de sair nas redes sociais da Tumba Productions. Fui conferindo os nomes, muita coisa foda, e já no final,  lá estava a Escafism.  Como foi ter recebido,  junto com o público,  a notícia?

Júnior Martins: A gente já vem trabalhando há muito tempo para participar desse evento, sempre nas vindas da Nervochaos a Manaus fazíamos questão de estar presentes,  tocando ou na plateia,  assim conseguimos mostrar nosso trabalho ao Edu Lane (baterista da Nervochaos, cabeça da Tumba Productions e criador do Setembro Negro). E em 2024 fizemos uma mini-tour em São Paulo e no Chile, o que, com toda certeza, chama a atenção.  Então trabalhamos muito e insistentemente para termos o que colhemos hoje.

Recebemos a notícia da melhor forma.  Já há uns dias estávamos apreensivos, na ansiedade mesmo, e quando saiu o cast ficamos muito felizes. Isso nos dá força para almejar cada vez mais coisas melhores para a Escafism. 

Riffmakers: Qual a importância de participar do Setembro Negro e o que esperam de retorno?

Júnior Martins: É magnífico estar mum festival desse calibre com nomes de peso do metal nacional e referências internacionais no maior evento do tipo na América do Sul e da América Latina. É uma alegria tremenda. 

Esperamos com isso uma maior aproximação com o público, mostrando nosso trabalho ao vivo para um grande número de pessoas.  Isso ainda gera um intercâmbio, já que o público também é formado pelas bandas e produtores.  Tudo isso dá um retorno magnífico. 

Riffmakers: O cast é um dos mais pesados já trazidos ao Brasil e a Escafism está incluída.  Como público,  o que mais esperam assistir?

Júnior Martins: Tenho minhas opiniões,  mas sei que casam com as da Escafism.  Então,  minhas expectativas são de ver Triptykon (tocando Celtic Frost), Incantation, Watain,  Varathron e, claro, as nacionais. 


Cast completo do Setembro Negro 2025


- 05 de setembro (sexta-feira):

- Palco Maioral

Thulcandra

Primordial 

Agalloch

- Palco Infernal 

Necrofilosophy

Vermin Womb

The Crown

- 06 de setembro (sábado):

- Palco Maioral 

Wisdom

Imprecation

1349 

Coven

Macabre

Watain

- Palco Infernal 

Necromanticu

Leprovore

Féretro 

Bütcher

Primitive Man

Incantation 

- 07 de setembro (domingo):

- Palco Maioral 

The Mist

Ash Nazg Burz

Darkened Nocturn Slaughtercult

Power Trip

Candlemass

Triptykon (tocando Celtic Frost)

- Palco Infernal 

Morkalv

Escafism 

Orthostat 

Tyranex

Nervochaos 

Varathron 

*por Artur Mamede 


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sábado, 5 de abril de 2025

Dannah Project dispara "Sete Flechas", terceiro single de "Luxferre"


O Dannah Project, assinatura musical instrumental de Daniel DiMelo, disparou na última sexta-feira (4) o single "Sete Flechas" encurtando assim a distância do agora até o lançamento de "Luxferre" no próximo 18 de abril. 


Como já é característico do som do DannaH Project, "Sete Flechas"  e as demais composições de "Luxferre", não exigem letras e palavras: "carregam a manifestação de luz e sombra através do som instrumental", afirma o músico. 

Ouça "Sete Flechas" e os outros singles de "Luxferre' CLICANDO AQUI


Capa do single "Sete Flechas"

Virtuosa sem ser chata,  "Sete Flechas" abre com acordes que lembram violas. Logo vem uma enérgica bateria dando a deixa para os riffs e solos de DiMelo. 

No single,  a bateria tem um protagonismo surpreendente (para uma peça baseada em guitarras), deixando-o quase ao ponto do thrash metal.  

Leia tambémOfensiva Sonora/Fábio Belluci canta as guerras do "Século XX" em punk folk


Luxferre 


"Luxferre", a sair em 18 de abril (já em pré-venda no Bandcamp), é o nono álbum do DannaH Project. Das 10 músicas que o compõe,  três sairam como singles, "Janequeo", a faixa título é agirá "Sete Flechas", composições instrumentais que abrangem um som pesado e melódico. 


Capa de "Luxferre" por John Noboby Arts


Segundo DiMelo, produtor de "Luxferre", o álbum não está preso a um estilo específico, fazendo referências ao heavy metal, postmetal, postrock e outros gêneros e subgêneros.

"Luxferre", assim com os recentes singles e todos os outros trabalhos do DannaH Project foi gravado no Ilha do Fuzz Estúdio na capitalmineira. O Ilha dividiu a mixagem e  masterização com o Estúdio Casa 1098 em Esmeraldas, também em Minas Gerais. 


*por Artur Mamede 


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Ofensiva Sonora/Fábio Belluci canta as guerras do "Século XX" em punk folk



Projeto solo do Fábio Belluci, o Ofensiva Sonora disparou nos últimos dias de março o álbum "Século XX". Aqui o guitarrista do Cólera, também guitarrista/vocalista do Epidemia,  destila sua expertise no assunto executando um punk rock tradicional aditivado com folk e afiado nas letras.



"Século XX" sucede o ótimo "Para As Novas Gerações" (outubro,  2024) e mantém a pegada do punk rock das ruas, sejam as ruas do Brasil ou da Irlanda ou Escócia, e os elementos folk inseridos no álbum justificam o salto entre continentes.

Aqui está "Século XX". Acesse e ouça ALTO!



Capa de "Século XX"


Dos bons e velhos tempos 



Muito bem executado em letras e músicas, "Século XX" confirma o bom fazer punk do Ofensiva Sonora. O álbum é um apanhado de boas referências, com riffs abrasivos do punk britânico,  baixo e bateria bem marcados e a interpretação personalíssima do Belluci. Ainda há espaço para faixas instrumentais com toques de folk celta.


As letras, inteligentes e poéticas em sua raiva, se destacam no álbum.  Os temas comuns aos pioneiros do punk/HC voltam aqui com um cuidado lírico poucas vezes lido/ouvido. 

Na parte lírica as referências também são várias. "Flores Radioativas", por exemplo, tira seu perfume de "Rosa de Hiroxima" do Vinícius de Morais. E das guerras que citei no título da matéria, o tema se estende para além dos conflitos bélicos entre nações.  

As guerras aqui cantadas são também contra a opressão religiosa, a pressão social para se manter num padrão aceitável e adicções em drogas pesadas. 

O álbum fecha com a instrumental "Auld Lang Syne" uma canção escocesa (também poema do século 18) que se entoa em lembranca aos velhos tempos e que aqui imprime Fábio Belluci como pesquisador/apreciador do punk e do folk celta.

Track list 


01. Século XX 
02. Cães Famintos
03. Flores Radioativas 
04. Colisão 
05. Repetição Constante 
06. A Vingança De Gália (instrumental)
07. Caindo Aos Pedaços 
08. Quando Eu Voltei Da Guerra
09. Serviço Secreto 
10. Verdade Revelada
11. Heroína 
12. I'm A Man You Don't Meet Everyday
13. Auld Lang Syne (instrumental)


*por Artur Mamede 

Foto principal: Mazzei Foto e Video


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sexta-feira, 4 de abril de 2025

"Histeria Coletiva" primeiro álbum da Torpes está lançado


Da região conhecida como Norte Pioneiro,  no Paraná,  a Torpes lançou nesta sexta-feira (4), o seu primeiro álbum.  "Histeria Coletiva" chega após alguns singles e um EP publcado em fins de fevereiro e vem carregado de críticas sociais,  aspecto que norteia todo o trabalho da banda desde sua fundação em 2019.


"A critica política é o que nos move hoje. Somos impulsionados diariamente a ser mais uma voz em meios a tantas, que querem mostrar a insatisfação com tudo que testemunhamos nesses tempos obscuros", disse a Torpes ao Riffmakers.

Trabalhado, da pré-produção ao lançamento,  por dois anos, entre empregos formais, família e tantos outros compromissos,  "Histeria Coletiva" tem sete faixas (sendo seis inéditas) gravadas, produzidas e mixadas por Carlão Pimentel,  baixista da Torpes. 

O álbum foi masterizado no Mopho Studio e tem a capa assinada por Guilherme Amorim, responsável pelo logotipo da banda e pela arte do single "Anomia Social", traduzindo a proposta da Torpes ao campo visual.

Esse esforço rendeu bem, captando com coesão e clareza a mescla de hardcore, punk e metal cometida por Caião - guitarra e voz: Vinícius Rocha- guitarra; Zica - bateria e o citado Carlão. 

Ouça "Histeria Coletiva" clicando AQUI.


Cqpa de "Histeria Coletiva" por Guilherme Amorim 

Posicionamento bem definido 


Nas mensagens recebidas pelo Riffmakers,  a Torpes mostra bem o seu posicionamento no atual cenário e coloca uma vida digna para todos como uma de suas bandeiras. 

"Estamos em meio a uma luta de classes, onde se torna cada vez mais difícil enxergar, com clareza, quem realmente está do nosso lado."

"Através do nosso primeiro álbum, queremos mostrar que estamos ao lado daqueles que se sentem abandonados, excluídos, violados e sem perspectiva de um futuro melhor. Mostrar que queremos mais, o que é de nosso direito. Por uma vida mais feliz, com segurança, moradia, educação, saúde e lazer, por uma vida mais digna."

Leia também: Disfagia - "Horrores da Guerra" é o novo EP da one-man-band


Faixa a faixa


A conversa com a banda ainda rendeu um faixa a faixa , onde a própria Torpes comentou sobre suas composições. Confira. 

Anomia Social - A primeira faixa do álbum traz os questionamentos acerca do caos e as incertezas que foram instalados em nossa sociedade. Uma canção sobre perda de valores, quebra de normas, tudo o que estiver ao alcance para alcançar os interesses escusos de uma elite política corrompida, preocupada mais em se manter no poder do que com os reais problemas de uma sociedade aflita, desamparada e carente de politicas que proporcionem tudo aquilo que foi prometido, o que lhe é de direito, o básico, como retorno sobre os impostos pagos com seu suor e trabalho.

Seguir & Obedecer - a segunda faixa do álbum trata sobre a guerra moral, a desinformação, o uso das redes sociais, da religião, das promessas vazias de uma elite que tem como único interesse, manipular a sociedade mais vulnerável, carente de políticas que tragam melhores condições para uma vida mais digna. 

A faixa aborda a maneira como a população é usada como massa de manobra, absorvendo e transmitindo falas que vão contra seus próprios interesses.

Histeria Coletiva - a terceira faixa não mede palavras para demonstrar a revolta contra a violência policial. Um projeto de extermínio contra a população pobre e vulnerável que necessita da atenção dos órgãos de segurança pública, uma crise de direitos humanos, onde governos dão o direito de atirar antes e perguntar depois. Sem meias palavras, Histeria Coletiva é uma crítica àqueles que enxergam algozes como heróis. Que normalizam esta barbárie, que assistem de braços cruzados nossa população sendo assassinada por sua cor e classe social.

Contra o Caos - uma chamada à Revolução Popular. Não há como deixar esta opção de lado. Quando as reivindicações pacíficas não surtirem efeito, quando parecer não haver mais saída, somente a união coordenada e ofensiva será a maneira como vamos depor o mal que assola nossa nação.

Somos a Revolução - uma canção sobre como estamos rumo à nossa extinção. Sobre como evoluímos para criar meios de nos exterminarmos. De mamíferos frágeis à donos do mundo. Partindo da nossa criatividade, sede por conhecimento, curiosidade, nosso instinto explorador até o nosso declínio, pela nossa petulância, nosso desejo de poder, nosso individualismo, nossa falta de empatia, nossa falta de amor empatia com o próximo, até nossa destruição.

A Verdade - uma faixa que soa mais como um desabafo. Testemunhando toda injustiça e descaso, um grito de revolta, uma maneira de externalizar o sentimento de quem se sente desamparado, abandonado a própria sorte, de quem é desfavorecido perante uma elite política financiada e sustentada no poder para governar pelos interesses de uma minoria.

Zé ninguém - A última faixa fala sobre o desapego por tudo que a sociedade nos vende como ideal. Libertar-se da necessidade de pertencimento, de ser o que querem que sejamos. Desprender-se de uma vida de mentiras, que nos é vendida como um desejo comum e alcançável a todos. Que possamos ser nós mesmos, vivendo nossas vidas, sendo felizes com o que realmente nos importa, com tudo aquilo que é real.


*por Artur Mamede 


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quinta-feira, 3 de abril de 2025

Disfagia - "Horrores da Guerra" é o novo EP da one-man-band


De Fortaleza (CE), a one-man-band Disfagia disparou no último dia 2 mais um EP. "Horrores da Guerra" tem oito violentas faixas compactadas em 7'03" de duração. E o que ouve é uma amálgama de crust/grind/HC muito bem executado.



Encarnada em Victor Viana (composições/vocais/todos os instrumentos), a Disfagia leva a sério o prefixo "DIS". É nítida a influência do hardcore britânico do Discharge  e outros arregaçou sonoros como Doom, Extreme Noise Terror, Disrupt, Terrorizer e Napalm Death mais primitivo. 

Aqui está "Horrores da Guerra". Acesse e ouça ALTO!


Capa de "Horrores da Guerra"


Brutalidade  crescente 


Em "Horrores da Guerra" a Disfagia sobe ainda mais o nível da brutalidade cometida nos seus trabalhos anteriores, a isso se deve mais experiência e melhor qualidade de gravação. 


Das oito faixas de "Horrores da Guerra", três já haviam sido publicadas no EP 'Armagedom", lançado em setembro de 2024, que aqui ganharam um novo verniz, soando mais altas e claras e mantendo a violência do registro original. 

A temática lírica é aquela comum ao que se pede a quem encara a proposta de fazer grind/crust: guerras, fome, autoritarismo e exploração.  Parece repetição,  mas a culpa é da humanidade que insiste em repetir estes erros dando motivo para que se façam mais músicas (ou anti-músicas) de repúdio. 

Track list 


01. Horrores da Guerra 
02. Guerra Profana 
03. Miséria 
04. Guerra Nuclear 
05. Parasitas 
06. Morte Corporativa 
07. Revolta 
08. Guerra, Morte e Destruição 


Outros registros 



Da Disfagia e Victor Viana (a.k.a Victor Skullcrusher) também são encontrados no Bandcamp o já citado "Armagedom", o EP "Carcaça' (julho,  2024) e as demos "Miséria e Exploração" e "Puro Desprezo", de setembro de 2023 e agosto de 2022, respectivamente. 

Ainda de Victor, a plataforma abriga os projetos paralelos Wardog, Achalasia e Scumbag, todos transitando entre os subgêneros mais extremos da anti-música. Recomendo.

*por Artur Mamede 


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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Sacrifix - lyric video de "Let's Thrash" levanta alto a bandeira do estilo


Como uma bandeira do estilo forjado no início da década de 1980, "Let's Thrash", o novo single/lyric video do Sacrifix lançado no primeiro dia de abril, traz a fórmula para se fazer o thrash metal nos moldes da velha escola.


Pinçado do EP de mesmo nome publicado em fevereiro, "Let's Thrash" é recheado de referências ao estilo, o que  pode ser notado nas várias partes que compõem a faixa. São diferentes modulações vocais e andamentos instrumentais que vão do speed mais primitivo à passagens mais lentas abrindo para o stage diving e tudo com bastante personalidade.

Com tanta bagagem não é de se estranhar que "Let's Thrash " tenha mais de seis minutos de duração, fazendo da faixa um desafio para o pescoço. 

"Let's Thrash" é daquelas para se detonar ao vivo, com o título virando um poderoso refrão. A faixa tem participação de Pedro Zupo (Living Metal), Johnny Z (Metal Na Lata) e um coral thrasher que dá uma ideia de como isso funcionará em um show.

Aqui está o lyric video de "Let's Thrash". Acesse e ALTO!



Frames de "Let's Thrash"


Thrasheando até a morte


Para reforçar a mensagem passada desde o título,  "Let's Thrash" tem o poderoso recurso do audiovisual.  Mais uma vez, vários elementos do estilo são passados a limpo, fazendo do clipe um testamento do thrash metal tanto para iniciados como para neófitos, um ótimo trabalho da W. Designer.

Leia também: Madbong tece homenagem ao Planet Hemp em "Usuário"


O EP


"Let's Thrash" (OUÇA AQUI), o EP de onde o single foi retirado já se encontra na mais alta prateleira, entre os preferidos da casa e dos grandes lançamentos de 2025.


Capa de "Let's Thrash" por Emerson Maia

Produzido pela própria Sacrifix (Frank Gasparotto -vocal/guitarra, Diego Domingos - guitarra, Filipe Toninni - baixo/backing vocals e Fabio Moyses: - bateria/backing vocals), "Let's Thrash" conta com seis poderosos registros. 

A faixa título foi gravada no Tori Studios (Diadema) e as demais, no formato ensaio ao vivo, foram captadas no Armazém Studios (Tatuapé). Mixagem e masterização são assinadas por Marco Nunes e todo esse conjunto de esforços gerou essa pedra bruta do thrash metal nacional. 


Track list


01. Let’s Thrash 

02. Sacrifix (rehearsal) 

03. Raped Democracy (rehearsal) 

04. Rotten (rehearsal)

O5. Mundo Nojento (rehearsal) 

06. Let's Thrash (rehearsal) 

Essa é uma obra para se ouvir alto.  Let's Thrash Till Death!

*por Artur Mamede 


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Cranium Crushing - "Sacrifice of Shadows" ergue alto a bandeira do death metal

Lançado no último dia 20, "Sacrifice of Shadows", dos maranhenses do Cranium Crushing, levanta alto a bandeira do death metal da v...