segunda-feira, 3 de junho de 2024

Subcut - "dEUS?? PÁTRIA?? FAMÍLIA??", um faixa a faixa

"dEUS?? PÁTRIA?? FAMÍLIA??" lançado em maio é o mais recente trabalho do Subcut, um dos pilares brasileiros do grind/noise e adjacências. Publicado em formato 7", o EP tem 9 sons, sendo quatro faixas inéditas. 


A arte da capa leva a assinatura da Aberrarte e os sons são registrados em vinil amarelo, em uma tiragem limitada a 300 cópias.



A obra só saiu, como muito do que e produzido no submundo, graças a um esforço coletivo ente banda e vários selos/distros e o resultado fica para a história da anti-música e da música extrema mundial.



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Uma visão do submundo 




O Riffmakers deixou o espaço livre para as palavras de Afonso Moura, que além de batera e vocal do Subcut, produz o Prudente Inferno Festival e é proprietário da Áudio Guerrilha Recs.

E de uma só tacada recebemos uma visão panorâmica do atual cenário, uma breve resenha de "dEUS?? PÁTRIA?? FAMÍLIA??" e um faixa a faixa das músicas inéditas do EP. Confira.

"Nessa fase que vivemos... vivenciando a contra-cultura... enaltecendo o caos e a desarmonia musical, os COLETIVOS DE SELOS estão fazendo a diferença no FAÇA VOCE MESMO, ajudando em lançamentos undergrounds em diversos formatos de áudio" comentou Afonso Moura.

"Os selos undergrounds geralmente são compostos por pessoas que acreditam na cena subversiva, saindo fora dos padrões mainstream de selos maiores. Realmente ajudam e apoiam as bandas que fazem a diferença no underground... Membro de banda, editores de zines, distribuidores, produtores de eventos... pessoas que não se apoiam na cena mas que fazem a roda girar, saca?", ressalta.

"Pois é... beirando os 30 anos de existência, ou melhor resistência.. ou porque não... insistência... lançamos mais um 7" EP, desta vez somente nosso, sem ser split com outra banda... Queríamos que fosse assim... E também optamos em um lado ser de gravação em estúdio (lado A) e o outro ser uma gravação de um show (lado B). Era uma pilha nossa...", disse Afonso.

Ouça o Subcut no Spotify (AQUI)

"No lado A, temos quatro sons inéditos mais uma regravação, gravados em 2023 e no lado B, cinco sons captados numa gig aqui em Presidente Prudente em 2022, junto com ONANIZER, na ocasião em tour pelo Brasil...", completou o baterista do Subcut antes de começar o faixa a faixa.


Imagem: Reprodução/ Läjä Records


"dEUS?? PÁTRIA?? FAMÍLIA??" faixa a faixa (por Afonso Moura)


Cárceres sem Muros – o quanto o homem se submete aos domínios de outros. Se validam pela opinião de terceiros, que nem sempre estão próximos, mas que utilizam da manipulação em massa, para se beneficiar da fraqueza humana. Infelizmente vivenciamos bem mais latente nos dias atuais... Meros escravos de um sistema sempre em rotação.

Glorificação aos Porcos – desde os tempos mais remotos, a religião, qualquer que seja, traz uma mensagem sublimar... Venha a mim, escute minhas falas, siga o caminho que lhe mostro e assim terá sua redenção... Mais um ato de castração de pensamentos, proibição de questionamento... mas no final sempre sera o mesmo: dominação!!!

A Inquisição. O Perjurio. E a Peste Negra – muito se fala em liberdade de expressão, mas ate onde a sua opinião é respeitada? Ate onde suas atitudes não são condenadas? Suas opções, seja elas quais forem... não serão alvos de discursos falso-moralistas? Precisamos evoluir como espécie, saber respeitar e compreender os pensamentos diferentes dos nossos. Ninguem “nunca” terá a verdade absoluta em suas mãos...

Sonho dos Afogados – essa é a regravação... saiu noutros lançamentos, mas sempre esta na nossa sequencia de show... Na minha visão, a busca por dias melhores, sempre sera o gatilho por lutar pelo VIVER... buscar aquele mundo, belo e justo, que nos foi mostrado, pelos nossos pais, quando nascemos... Mas com o passar dos anos, a realidade dos nossos dias, é bem diferente... Não para todos, mas para pessoas como eu... que, na conquista de alguns sonhos, sempre é abalada por algum obstáculo... A felicidade nunca é plena. A alegria nunca é plena... mas nos fortalece!!

Misantropo – o próprio nome diz - “Misantropia”. Apesar de ter sido feito antes da pandemia, ela aflorou esse sentimento no período da COVD. A reclusão. O ficar em casa. Isolar-se.. trouxe a tona esse sentimento... Trouxe também uma visão encobertada por pensamentos ditatoriais, de autoritarismo, de soberania estatal, de moralidade, onde uma ruptura social foi necessária, onde muitas mascaras caíram, dividindo o joio do trigo.... dEUs?? Patria?? Familia??... só que não, né?

*por Artur Mamede e Afonso Moura 




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